Incêndio que alastrou de Ponte de Lima a Viana do Castelo "praticamente dominado"
O incêndio que começou em Poiares, Ponte de Lima, de madrugada e alastrou a Carvoeiro, Viana do Castelo, está praticamente dominado. Dez pessoas chegaram a ser retiradas de casa devido à aproximação das chamas.
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O fogo, que chegou a ter três frentes ativas, lavra, agora, apenas numa frente, segundo o vereador da Proteção Civil da Câmara de Ponte de Lima, Vasco Ferraz.
Na sequência do incêndio, dez pessoas foram retiradas por precaução, ao início tarde, do Lugar de Carreiras, em Vitorino de Piães, Ponte de Lima.
"Neste momento temos as equipas a fazer a extinção da última frente de fogo ativa. Está praticamente dominado. De qualquer das formas temos sempre muito receio, porque os finais de tarde são complicados", declarou Vasco Ferraz, referindo que "o vento pode levantar, virar de direção rapidamente e o incêndio reativar novamente". E acrescentou: "O nosso receio é a retirada dos meios aéreos, que desmobilizam automaticamente às 18 horas e que são o que nos tem valido nesta primeira fase do dia".
Os meios terrestres têm sido reforçados ao longo do dia e vão permanecer no terreno. "Para já não conseguimos dizer qual a dimensão da área ardida. Podemos dizer que o incêndio deflagrou numa freguesia, já percorreu três e ultrapassou os limites do concelho de Ponte de Lima", disse ainda.
Segundo fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Viana do Castelo, o incêndio teve início cerca das 00.58 horas em Poiares, Ponte de Lima, e alastrou à freguesia contígua de Carvoeiro, Viana do Castelo.
Pelas 16.30 horas, combatiam as chamas oito meios aéreos, 168 operacionais em 52 veículos de oito corporações do distrito de Viana do Castelo, e de grupos de reforço de Lisboa e da Força Especial de Bombeiros.
"Se o incêndio vier por aqui, Deus me livre", comentava Maria Costa, residente na Rua da Insúa, à entrada da fregueisa de Vitorino de Piães. "Há sete anos veio e até deu a volta. O vento puxa e arde tudo. Ardeu tudo aqui à volta e os Canadair andavam aqui por cima. As pessoas abrigaram-se todas aqui e eles só protegeram a casa, de resto deixaram arder tudo. Só que o problema é que aqui no meio há muita casa escondida. Estou com muito medo", disse ao Jornal de Notícias enquanto espreitava os meios aéreos a sobrevoar as chamas e o fumo negro que se avistavam de sua casa. Desde cerca das 7 horas que deu conta do fumo ao longe e não parou de vigiar. "Para já não há vento, mas se vem o vento, como ontem e começa a puxar, nunca mais ninguém segura o incêndio. Nunca mais. Isto é terrível", lamentava.