Nova Maternidade de Gaia, no Monte da Virgem, abre em pleno na terça-feira, com a estreia de partos. "Será um momento muito feliz", antecipa o administrador Rui Guimarães.
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"Estamos esperançados que, logo de manhã, se ouçam as primeiras goelas a abrir e os primeiros bebés a chorar. Celebraremos o nascimento de uma nova vida, mas também de uma nova casa. Será um momento muito feliz", antecipa o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Gaia/Espinho, Rui Guimarães, projetando o que está agendado para terça-feira, dia da abertura em pleno da nova Maternidade, no Monte da Virgem.
A data escolhida para a estreia dos partos coincidirá com o Dia Internacional da Mulher. O Centro Materno Infantil ocupará uma área de oito mil metros quadrados e oferecerá condições ímpares, ao nível do que melhor existe no país. Os acompanhantes poderão ficar com as mães em permanência, desde que entram no hospital. Terão direito a um quarto individual, com casa de banho e banheira para os primeiros cuidados da criança, entre outras regalias.
"É um momento que deve ser celebrado em família. Os pais podem assistir ao nascimento dos filhos", assinala Rui Guimarães, à espera das primeiras parturientes. Como apregoa uma publicação do hospital nas redes sociais, às mães só faltará, mesmo, levar os chinelos. Pois tudo o resto, tanto a vertente humana como a técnica, estão lá. "A cama do quarto tem os atoalhados e um roupão, muito semelhante ao que encontramos numa boa hotelaria. O próprio quarto foi feito de forma a que se esqueça que se está num hospital. Os materiais escolhidos, em madeira, são quentes. Fazem com que quando a pessoa acorda, até pense que está em casa", destaca.
Uma referência no SNS
Nos oito mil metros quadrados do piso 3 cabe tudo o que é preciso e do mais moderno que há. Neonatologia, incubadoras, salas para cirurgias, serviço de Urgência e Obstetrícia, Pediatria, camas para internamento e outras valências mais.
"O espaço é muito funcional. Desde a entrada na Urgência, possível parto, possível cesariana e possível internamento, tudo acaba por estar muito próximo", salienta. "A partir de terça-feira deixa de haver razão objetiva para que uma mulher de Gaia procure uma alternativa, porque passamos a ser um referencial dentro do SNS. Passamos a ter condições hoteleiras de excelência", realça, insistindo que a articulação dos serviços e a sua proximidade permite que qualquer ação seja feita em segundos.
"O sistema está preparado para que a equipa de saúde vá junto das pessoas para os primeiros cuidados. Seja colocar uma fralda, tratar do cordão umbilical, dar o primeiro banho ou auxiliar na amamentação. Tudo é feito num ambiente de privacidade e no mesmo sítio", completa Rui Guimarães.
Foi trazer a casa para o hospital
Há 26 anos na Neonatologia, na Unidade II localizada no centro de Gaia, a enfermeira Luísa Mota encara a mudança com entusiasmo. "Será magnífico. No centro, as condições já eram boas, aqui serão muito melhores. Estão reunidos todos os serviços. É um salto qualitativo a vários níveis", refere.
Para António Vilarinho, diretor da Unidade de Gestão da Mulher e da Criança, a espera valeu a pena. Foi contratado ao Maria Pia, em 1999, com a promessa de que em 2004 a nova maternidade estaria de pé. Passaram-se 18 anos. Vilarinho tem agora 69 anos e está à beira da reforma. "Conseguiu-se. O concelho deve sentir-se satisfeito. Pelas condições, foi como trazer a casa para o hospital", diz, sobre o conforto para mães e bebés.