O presidente do Serviço Regional de Proteção Civil madeirense afirmou, ao final da tarde, que o dia foi "mais calmo", mas que persistem algumas frentes ativas de incêndios, registando-se nas Achadas da Cruz (Porto Moniz) a situação mais preocupante.
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"O dia de hoje foi mais calmo, apesar da violência do que se apresentou nas Achadas da Cruz, que nos continua a dar muito trabalho. Esperemos que agora, com o cair da noite e alguma humidade, possamos fazer uma nova avaliação de forma a extinguir este incêndio", disse Luis Neri em conferência de imprensa no Funchal, cerca das 18.00 horas, para fazer o ponto da situação dos fogos que se registam na ilha há seis dias.
O responsável acrescentou que esta frente "ainda preocupa bastante, preocupou todo o dia", porque se manteve com "alguma atividade durante a noite" e, tendo em conta a intensidade do vento, com rajadas fortes, tinha de manhã vários focos, o que obrigou a reforçar o dispositivo. Ao final da tarde, estavam no local mais de 10 viaturas e 80 elementos.
O responsável adiantou que também têm surgido "alguns reacendimentos na região de Santa Cruz", uma das zonas urbanas mais atingidas pelo fogo, e sublinhou que foram "mantidos todos os meios nessas áreas afetadas, mas numa postura de vigilância", nos vários pontos que "foram alvo de preocupação" nos últimos dias.
Luis Neri salientou que esses meios têm "capacidade de intervir em qualquer dessas áreas, incluindo na Meia Serra, onde houve preocupação", estando no local quatro viaturas em vigilância integrada com o corpo da Polícia Florestal, sobretudo para garantir a situação da estação de tratamento de resíduos sólidos da Meia Serra.
O presidente do SRPC apontou ainda que surgiram dois novos focos de incêndios no concelho de Machico, designadamente no Caniçal e no Pico do Funchal. O primeiro é numa zona inacessível e está a ser acompanhado por uma equipa dos bombeiros daquela localidade.
Quanto ao do Pico do Facho, informou: "Estamos a aguardar para ver o desenvolvimento para poder combater esse incêndio em áreas que sejam mais favoráveis".
O responsável referiu que existe uma outra frente de incêndio ativa, na zona da estrada do Fanal (Fonte do Bispo, concelho da Calheta), "onde houve um reacendimento", tendo sido deslocadas para o local várias viaturas. O combate tem sido feito "com lanços de mangueira e bombeiros de forma apeada, porque não tem acesso para viaturas".
Luis Neri destacou o apoio do dispositivo que partiu do continente, mencionando que 50 elementos estão a apoiar no incêndio das Achadas da Cruz, no concelho do Porto Moniz, e outros 25 na Fonte do Bispo (Calheta).
"Não temos a referir danos nenhuns em pessoas", assegurou o responsável, considerando natural a agitação vivida na zona das Achadas da Cruz, "quando os populares viram o fogo nas proximidades das zonas urbanas, mas foi uma situação "que foi sempre controlada pelas autoridades".
Desde terça-feira que a Madeira tem sido fustigada por vários incêndios que deflagraram em diferentes pontos da ilha, sendo os casos mais críticos os verificados nos concelhos do Funchal, Santa Cruz, Calheta, Ribeira Brava e Porto Moniz.