Diana Ferreira: "O nosso trabalho dá a confiança de dizer que é possível reforçar a CDU"
Diana Ferreira acredita que é possível reforçar a presença da CDU nas autárquicas de 12 de outubro, pelo trabalho que a coligação tem efetuado na cidade desde as primeiras eleições locais democráticas. A candidata defende um aumento do investimento em habitação pública para colmatar as carências e atacar a especulação imobiliária, além de uma reindustrialização da cidade e aposta em outros setores económicos que não apenas o turismo.
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Por que a CDU não quis uma plataforma de esquerda como o Bloco?
A CDU já é uma plataforma à Esquerda. Ou seja, já congrega e é efetivamente força convergente à Esquerda, é composta pelo PCP, é composta pelo Partido Ecologista "Os Verdes", é composta pela intervenção democrática e tem até um alargado conjunto de independentes que não tendo filiação em nenhum destes partidos, acaba por concordar com o projeto que a CDU tem, nomeadamente para a cidade do Porto e com as soluções que vamos apontando. A CDU apresentou a candidatura em janeiro. Fomos a primeira força política no Porto que apresentou o seu encabeçamento à Câmara Municipal. Ou seja, desde janeiro que assumimos este projeto nesta plataforma alargada e convergente que reúne partidos políticos e independentes.
Tem muito a ver com isto. E, naturalmente, quando se fala numa plataforma de entendimento de projetos à Esquerda temos também que ter em conta projetos, propostas e o que é que se pretende. Se calhar a pergunta tem que ser feita de outra forma. É por que muitos outros não se juntaram a uma força convergente que é a CDU?
A CDU é uma das forças mais históricas na cidade do Porto, tendo representatividade sempre no Executivo. Apesar disso, tem algum receio que a bipolarização coloque em risco a representatividade da coligação?
Há naturalmente espaços mediáticos que são dados a muitas outras forças políticas que não são dados à CDU e isso pode ser um elemento que podemos considerar negativo, porque há um conjunto de informação centralizado em duas candidaturas. Mas temos uma dimensão de trabalho que não é feito por mais ninguém. Temos um contacto muito permanente e continuado com os trabalhadores e com a população da cidade. E este trabalho não é feito só em alturas de campanha ou pré-campanha eleitoral. Temos um trabalho muito continuado e de grande proximidade aos problemas das pessoas. Isso dá-nos um elemento de confiança em duas dimensões distintas: no conhecimento que temos dos problemas e nas propostas que apresentamos. Desde 1976 que a CDU tem representatividade na Câmara do Porto. Desde essa altura que todo o património de intervenção que tem e toda a obra que foi também fazendo, incluindo quando tinha vereadores com pelouro, deixou uma marca inegável nesta cidade. E há muito quem reconheça isso. E isso dá-nos a confiança de que é possível até reforçar a CDU nestas eleições autárquicas.