Uma armadora espanhola diz-se enganada pelo Governo português e que, por isso, tem o barco parado sem poder trabalhar. O MInistério da Agricultura e da Alimentação diz que Elisa Oya só não trabalha porque não quer. No centro do diferendo está a amêijoa.
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“O Governo deu-me uma licença e agora não me deixa trabalhar com ela”, resume Elisa Oya. O “Segue o Teu Destino” tem licença para a pesca de conquilha e longueirão, que a norte diz não haver, e não pode pescar a única espécie disponível: a amêijoa. A espanhola, de 47 anos, tem o barco parado. Há mais de dois anos que trava uma batalha com o Ministério da Agricultura e da Alimentação (MAA). Assegura que já perdeu “centenas de milhares de euros”. A tutela diz que não trabalha, “porque não quer” e diz que Elisa Oya “sabia dos riscos”.
Tudo começou, em 2018, quando Elisa Oya decidiu comprar o “Segue o Teu Destino”. O barco, matriculado na capitania da Póvoa de Varzim, tinha redes de emalhar e, durante três anos, trabalhou e normalmente entre a Póvoa e Aveiro. Em 2021, Elisa decidiu tentar uma licença da amêijoa (já que o barco constava numa lista de embarcações com prioridade na atribuição de novas licenças da ganchorra). Foi recebida na Secretaria de Estado das Pescas. “Ofereceram-me uma licença experimental só para conquilha e longueirão. Disseram-me que seria muito rentável, que eram espécies com bom preço de mercado”, conta. Pediu uma reunião com o IPMA - Instituto Português do Mar e da Atmosfera. “Garantiram-me que havia abundância. Deram-me coordenadas, profundidades… tudo”, continua.