As sete novas linhas que vão ser estudadas pela Metro do Porto e que se estendem pela Trofa, Maia, Gondomar, Gaia, Porto e Matosinhos são todas vistas como "prioritárias" pelos respetivos autarcas. Mas Eduardo Vítor Rodrigues, presidente do Conselho Metropolitano do Porto, acredita que "não vai ser preciso optar".
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Isto porque considera-se "capaz de negociar o pacote financeiro" com o Governo de forma a responder a todos os objetivos, ainda que "por etapas".
Ainda assim, e fazendo as contas de acordo com as estimativas de estudos já feitos - o conjunto das novas linhas implica um investimento de 1107,7 milhões de euros. E falta somar a segunda linha da Maia, cujo preço ainda não foi calculado. Ou seja, bem mais do que o pacote de mil milhões que o Governo admite atribuir à expansão do metro e à implementação de uma rede de metrobus. E estas verbas ainda têm de ser atualizadas, uma vez que os estudos já não são recentes.
Aliás, para o metro, o Plano Nacional de Investimentos tem previstos 620 milhões até 2030. A expectativa de Eduardo Vítor Rodrigues é que a verba seja reforçada com mais 200 milhões.
Na sexta-feira, o Governo, a Área Metropolitana e a Metro do Porto assinam um protocolo para estudar sete novas linhas de metro.
Argumentos
Eduardo Vítor Rodrigues, também presidente da Câmara de Gaia, considera, no entanto, que "se há sítio onde se justifica haver metro é nas Devesas".
O autarca de Gondomar, Marco Martins, diz, por sua vez, que os estudos já feitos provam a sustentabilidade da linha entre aquele concelho e o Estádio do Dragão, via Valbom. "O traçado previsto, que também serve o Porto, tem muita procura. Somos o concelho com maior taxa pendular diária", observa, acreditando na disponibilidade do Governo para reforçar a verba.
Um sentimento partilhado por Luísa Salgueiro, presidente da Câmara de Matosinhos. A autarca assegura que a linha de S. Mamede "será decisiva para formar a linha circular e dá coerência à própria rede". Já António Silva Tiago, autarca da Maia, frisa: "Agora é a nossa vez". "Acredito que a Maia vai ser contemplada e que a linha até ao Parque Maia vai fazer parte desta fase", garante.
Na Trofa, o presidente da Câmara, Sérgio Humberto, exige a construção da linha prevista desde a 1.ª fase. "Quero que seja feito até à Trofa com a máxima urgência possível. O concurso foi lançado e anulado", recorda.
A Câmara do Porto não quis comentar. No entanto, numa Assembleia Municipal, o presidente da Câmara, Rui Moreira, falou em três linhas fundamentais: a circular, a linha da Praça do Império à Casa da Música e outra até às Devesas.
Pormenores
Prazos do protocolo - De acordo com o protocolo, numa primeira fase, estimada em três meses, a Metro vai atualizar o potencial de procura das linhas. Segue-se a hierarquização de prioridades, em função dos custos e dos montantes disponíveis, harmonizando a opção metro e com o metrobus. Esta fase deverá durar cinco meses. Nos dois meses seguintes, serão detalhadas as soluções de investimento.
Verbas - O Plano Nacional de Investimento prevê 620 milhões para o metro e 240 milhões para o metrobus. Governo admite reforço de 200 milhões.
Metrobus - Por enquanto, só Gaia tem em marcha concursos para implementação de metrobus.