O PSD de Ovar revelou esta quinta-feira que o diretor do Hospital Francisco Zagalo, em Ovar, Luís Miguel Ferreira, deixou funções e não tem substituto, apontando o "silêncio" sobre essa saída como sinal de que o Governo referenciará o concelho para Aveiro, contra vontade popular.
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"Esta opção do próprio [Luís Miguel Ferreira] e do Ministério da Saúde, aliada ao facto de não ter existido -- nem, ao que sabemos, vir a existir -- qualquer substituição para preencher a vaga de presidente do conselho diretivo do Hospital de Ovar, indicia que a decisão sobre a inclusão do Francisco Zagalo na futura Unidade Local de Saúde da Região de Aveiro estará tomada, ao contrário daquilo que tem sido publicamente garantido pelo Governo", afirma o PSD, em comunicado.
O ex-diretor Luís Miguel Ferreira, do PS, vinha presidindo ao conselho diretivo da unidade hospitalar de Ovar desde 2017 e confirma o fim da ligação ao referido hospitalar no seu perfil da rede social Linkedin, onde indica que este mês passou a integrar a administração dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).
Segundo apurou o JN, Luís Ferreira aceitou o convite para ser vogal no SPMS, estando a gestão do hospital de Ovar a ser assegurada pelo diretor clínico, Rui Dias.
A sua saída verifica-se numa altura em que a comunidade vareira aguarda que o Governo torne pública a sua decisão final quanto à reorganização dos serviços regionais de saúde, já que, como demonstrado em protestos públicos e em petições, a população de Ovar não quer ficar afeta à Unidade Local de Saúde (ULS) de Aveiro - como proposto pela tutela, preferindo manter-se ligados ao concelho vizinho de Santa Maria da Feira, que também tem uma ULS já anunciada.
A Lusa contactou a assessoria de Luís Miguel Ferreira e do Hospital Francisco Zagalo, mas ainda não obteve resposta. O Ministério da Saúde também não deu esclarecimentos sobre o assunto.