As câmaras municipais de Portimão e Vila Real de Santo António vão continuar a apostar em espaços nocturnos de Verão, apesar de a Associação de Discotecas do Sul e Algarve ameaçar contestar, em tribunal, o que chama de "concorrência desleal".
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As duas autarquias recusaram comentar a hipótese avançada à Lusa pela Associação em avançar com providências cautelares para evitar o funcionamento do Sasha (Portimão) e Manta Beach (Manta Rota, Vila Real de St.º António).
"Não vou pronunciar-me relativamente a essa matéria porque se trata efectivamente de negócios da noite. O que quero dizer é que o município tudo fará para ser um destino turístico diversificado, como outras zonas turísticas do Algarve, não são uns filhos e outros enteados", disse o presidente da Câmara do Vila Real de Santo António, Luís Gomes, assegurando que a autarquia não abdica de apostar em eventos nocturnos.
Por seu lado, também a autarquia de Portimão não quis fazer comentários sobre a posição manifestada pela Associação de Discotecas do Sul e Algarve, que acusa as duas Câmaras de "licenciarem ilegalmente" os dois espaços nos meses fortes de Verão, favorecendo uma concorrência desleal.
Valor para a economia local
A filosofia de eventos criados no "Sasha Beach Club" é para manter e está a ser estudado um "conjunto de eventos que serão tornados públicos no futuro", explicou à Lusa o assessor da Câmara de Portimão, Pedro Poucochinho, observando que o Sasha "trouxe muito valor para a economia de Portimão".
José Manuel Trigo, proprietário da discoteca Trigonometria e do T Clube e dirigente da Associação de Discotecas do Sul e Algarve, disse que pondera avançar brevemente com providências cautelares para impedir a "concorrência desleal" de espaços nocturnos "licenciados ilegalmente" e financiados por autarquias.
Trigo considera que exemplos como o Manta Beach e o Sasha, em Julho e Agosto, são "um roubo" aos contribuintes e lesam os empresários que investem milhares de euros para funcionarem legalmente todo o ano.