A Comissão Política Distrital de Braga do PSD criticou, esta segunda-feira, em comunicado, a má qualidade prestada aos seus munícipes na área da saúde.
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"Da escassez de profissionais, ao encerramento temporário de serviços e, mais recentemente, até pela visita inesperada da Polícia Judiciária às suas instalações, tudo tem catapultado o hospital de Braga para a agenda nacional da atualidade", escreveu o presidente do organismo Paulo Cunha.
Para o PSD/Braga, "o Governo socialista de António Costa tem ignorado de forma perniciosa, a exemplo do que acontece noutros setores, de fundamental importância para a população do distrito bracarense". Na opinião de Paulo Cunha, que é também vice-presidente da Nacional do partido, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, "não desconhece, por certo, os problemas existentes na Saúde". "Aliás, ainda recentemente o Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, alertou, também, para a situação, insustentável que Braga vive nos últimos tempos, no que concerne ao atendimento e bem-estar dos utentes do distrito", acrescentou.
"O bem-estar físico e psicológico dos cidadãos, bem como a existência de cuidados médicos disponíveis são de relevância vital", asseverou, pelo que "importa garantir a prestação de assistência à população de saúde primários, tanto nos hospitais como nos cuidados continuados".
O presidente da Distrital do PSD reivindica ainda a construção, há muito prometida pelo PS, do Hospital de Barcelos, bem como a reabilitação das restantes unidades hospitalares como, por exemplo, a de Fafe, Guimarães e Famalicão.
"A grande preocupação do Governo foi a de terminar com a parceria público-privada que geria e com tão bons resultados o Hospital de Braga. As consequências desta decisão, infelizmente, são bem visíveis para quem quotidianamente recorre a esta unidade hospitalar de saúde", concluiu Paulo Cunha.
Hospital produtivo, diz a Administração
Contactada pelo JN, a administração do hospital de Braga sublinhou que "manteve, em 2022, os elevados níveis de produtividade que o caracterizam desde 2019, tendo cumprido o contrato-programa e sendo um dos Hospitais mais produtivos do país".
Relembra ainda que "bateu, em 2021, o seu recorde de cirurgias, atingindo as 42.873, uma performance conseguida com a ajuda da contratualização de salas com entidades externas, sendo, por conseguinte, um exemplo de recuperação da atividade cirúrgica e da estreita colaboração entre entidades públicas, privadas e do setor social".
"O hospital é a referência nacional nas áreas da produtividade e da eficiência económico-financeira, segundo dados do benchmarking da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS). E tornou acessíveis, a título gratuito, 239 fármacos, dos quais 81 inovadores, permitindo a prestação de cuidados de saúde à população com recurso às mais recentes técnicas farmacológicas", pode ler-se.
A Administração assinala também que, "em conjunto com o Centro Clínico Académico (2CA-Braga), mantém um índice de desenvolvimento, inovação e ensaios clínicos que lhe permite o tratamento de centenas de utentes com fármacos não disponíveis no mercado. Inclusivamente, no ano de 2022, registou um aumento de 30% dos utentes a realizarem ensaios clínicos".
Ainda em resposta às críticas, garante que "apresenta, na componente financeira, um rigor de gestão que lhe permitiu fechar os três últimos exercícios com equilíbrio económico".
Anota, também, que, "não pode, de forma alguma, aceitar a associação do nível do seu desempenho assistencial às buscas realizadas pelo Ministério Público e Polícia Judiciária, originadas por uma denúncia anónima, e que são naturais em processos de investigação em instituições de diversos setores de atividade".
Nesse sentido, reforça que "não foram constituídos quaisquer arguidos resultantes destas diligências e reitera o seu conforto e confiança quanto ao cumprimento dos trâmites legais dos concursos públicos visados pela investigação".