Doentes internados em "condições degradantes" nas urgências do Hospital de Portalegre
O Conselho Distrital de Portalegre da Ordem dos Médicos considerou, sexta-feira, "caótica" a situação que se vive no serviço de urgência do hospital da cidade alentejana, afirmando que "muitos" dos doentes estão internados em condições "degradantes".
Corpo do artigo
Em comunicado enviado à agência Lusa, o Conselho Distrital da Ordem dos Médicos (OM) denuncia que "muitos dos doentes que passam vários dias (e noites) no serviço de urgência encontram-se internados em macas nos corredores, em condições degradantes".
De acordo com o Conselho Distrital da OM, a "sobrelotação" de doentes nas urgências verifica-se "há vários anos", situação que leva a que "alguns" dos doentes "nem sequer cheguem" a ser internados nos serviços competentes.
"A sobrelotação de doentes internados no serviço de urgência do hospital, verificada desde há vários anos, leva a que alguns desses doentes nem sequer cheguem a ser internados nos serviços, recebendo alta após dias de tratamento com internamento exclusivo no serviço de urgência", sublinha.
No comunicado do Conselho Distrital da OM, presidido pelo clínico Jaime Azedo, profissional de saúde há vários anos no Hospital de Portalegre, tendo já desempenhado cargos de chefia, é sublinhado que os responsáveis pela administração da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA) já foram alertados para o problema.
"Por diversas vezes chamámos a atenção dos responsáveis e participámos em reuniões com vista à identificação das causas e resolução daquelas anomalias, sem que se tivessem implementado as soluções preconizadas e, assim, obtido resultados", diz o comunicado.
No mesmo comunicado, o Conselho Distrital da OM considera um "clamoroso erro" de gestão a instalação dos Serviços de Cuidados Continuados no edifício principal dum hospital de agudos.
"Esse facto constitui "um dos principais motivos" para a "situação caótica" que se tem vivido no serviço de urgência, sublinha.
Em virtude das "limitações do espaço físico", que criam "condições inadequadas" ao exercício técnico da medicina, o Conselho Distrital da OM apela para que seja "encontrada solução rápida para este gravoso problema".
Contactada pela Lusa, fonte do gabinete de comunicação da ULSNA disse que a administração já tomou conhecimento do comunicado emitido pela OM, mas para já não vai tomar uma posição pública sobre o mesmo.