A posição da Galp, anunciada a 21 de dezembro no site da CMVM e relativa ao fecho da refinaria de Matosinhos, não mudou desde aí. "Irreversível", reitera a administração. Durante este período, os trabalhadores têm recebido o apoio dos sindicatos e de figuras como Jerónimo de Sousa, do PCP, e Isabel Camarinha, da CGTP. Para o dia 12 de janeiro está marcada uma marcha de protesto até à Câmara de Matosinhos.
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Dia 18 de dezembro
O conselho de administração da Galp toma a decisão de fechar a refinaria de Matosinhos. A empresa petrolífera informa o primeiro-ministro António Costa. Também foram informados os ministros da Economia e do Ambiente.
Dia 21 de dezembro
Galp publica a decisão do encerramento da refinaria no site da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, CMVM.
Dia 28 de dezembro
Ao "Jornal de Notícias", a presidente da Câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro, diz que "não permitirá a instalação de uma refinaria de lítio na Petrogal, por ter um impacto poluente". O JN apurou que a hipótese do lítio vinha sendo trabalhada pela Galp, em negociações com o Ministério do Ambiente.
Sindicatos e representantes da Comissão de Trabalhadores da refinaria são recebidos em Lisboa, por Jerónimo de Sousa. Secretário-geral do PCP diz que o fecho é um "crime" e que "pode ser revogado".
Dia 29 de dezembro
Reunião da Câmara de Matosinhos, com sindicatos e Galp. José Carlos Silva, da administração da Galp, diz que o encerramento é "irreversível". Diz tratar-se de uma "decisão tomada e fechada". Também afirma "não existir nenhum projeto de refinação de lítio para Matosinhos". Acrescenta que o que "existe é um estudo de cadeia de valores das baterias".
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Dia 30 de dezembro
Realiza-se um plenário de trabalhadores, nas instalações da refinaria em Matosinhos, com a presença da secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha. Moção aprovada exige "reversão" da decisão da Galp. Sindicalistas reiteram tratar-se de um "crime económico".
À margem de uma visita ao Pinhal de Leiria, o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, interrogado sobre a hipótese de Matosinhos acolher um projeto de lítio, coloca o Governo fora desse cenário. "Aquele é um espaço de privados. Quem gere aquele território é a Autarquia, portanto, o Governo não vai ter nenhum projeto para lá", garantiu.
Dia 4 de janeiro
Encontro dos trabalhadores com José Soeiro, do BE. O deputado bloquista considera o fecho uma "decisão selvagem". Telmo Silva, da Comissão de Trabalhadores, diz que entre junho e julho deste ano tudo ficará desativado na refinaria e que depois terá início o desmantelamento.
Dia 12 janeiro
Uma das decisões saídas do plenário de 30 de dezembro foi o agendamento de uma concentração de trabalhadores junto à Câmara de Matosinhos, no dia 12 de janeiro. A marcha terá início nas instalações da petrolífera.