A ciclovia que está a ser instalada na Avenida da República, em Vila Nova de Gaia, está a preocupar os comerciantes, que temem ficar sem espaço para as imprescindíveis cargas e descargas. A câmara garante que a situação está acautelada, mas as críticas multiplicam-se. E as obras têm causado confusão no trânsito.
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O nome da via dedicada põe o comerciante logo em sobressalto: “Ciclovia? Deus me livre! O meu fornecedor vem aqui e onde vai deixar o carro para descarregar a mercadoria? Isto não pode ser; o senhor presidente da Câmara que pense noutra coisa, porque isto não tem jeito nenhum. É um absurdo”. Há 20 anos à frente de uma confeitaria voltada para a estação de metro de João de Deus, em Gaia, Joaquim Cruz não poderia estar mais indignado com as alterações que já se perfilam na Avenida da República, onde vão nascer duas ciclovias: uma em cada sentido, junto aos passeios – onde se estaciona abusivamente - e delimitadas com pilaretes.
Ao JN, a autarquia assegura, no entanto, que, apesar de os pilaretes se manterem no projeto, “estão previstos todos os pontos de cargas e descargas ao longo de toda a avenida, como é de lei e do bom senso”. Os comerciantes afirmam, contudo, que “não foram avisados de nada”, e a preocupação de Joaquim ecoa a escassos metros, na frutaria de Vera Teixeira, que pede “uma solução para as cargas e descargas”: “Têm de resolver isto da ciclovia, porque, segundo dizem, vai ter mecos. E vamos descarregar como? Por via aérea?”.