Eduardo Vítor Rodrigues: "Sou o mais bem preparado e sinto que não há alternativa"
Eduardo Vítor Rodrigues recandidata-se pelo PS em Gaia, diz que o trabalho fala por si, no hospital e no metro, e entende que o PSD não está à altura do desafio.
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Eduardo Vítor Rodrigues recandidata-se, pelo PS, a um terceiro mandato à frente da Câmara de Gaia. Nestes oito anos, colocou as contas municipais no verde. Em 2017, a sua lista elegeu nove dos 11 vereadores. Diz que o trabalho está à vista de todos e não vislumbra na oposição nenhuma alternativa.
O que o motiva para um novo mandato?
Considero que sou a pessoa mais bem colocada para aquilo que aí vem, que são os desafios do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]. Sinto-me preparado e tenho provas dadas. Foi possível conciliar a liderança do município com a busca de recursos, liderando a Área Metropolitana e beneficiando a região como um todo. O trabalho feito fala por mim. Também na verdade não sinto que exista nenhum tipo de alternativa, porque os tempos que aí vêm exigem conhecimento, desprendimento dos aparelhos e gosto pela terra. Sinto que me posiciono como a pessoa em quem os cidadãos podem confiar.
O hospital tem sido uma aposta ganha...
Em 2013, quando me candidatei, disse que dos projetos que não estavam diretamente nas minhas mãos, a minha menina dos olhos seria o hospital. Fui criticado porque se dizia "há 20 anos todos dizem o mesmo e não acontece nada". A obra fala por si. O Município alocou recursos, três milhões de euros, e não posso deixar de dizer que tive capacidade reivindicativa, como aconteceu no metro. A rede de metro em Gaia duplica já com obra no terreno e teremos uma nova linha que será quase três vezes maior do que a existente.
Tem planos para o Polo II do hospital?
A minha expectativa é não perder este espaço e quando acabar a obra no hospital, no Monte da Virgem, transformar o Polo II numa unidade de cuidados continuados. É um dos projetos mais importantes do próximo mandato. Estas unidades têm um investimento até 80% no âmbito do PRR e se vier a ser necessário, como disse ao primeiro-ministro, nós cá estaremos para assumir financeiramente a componente nacional.
O que tem a dizer sobre o sucedido no processo da candidatura do PSD [desistência de António Oliveira]?
Foi um período rocambolesco, que apenas evidencia o estado em que a oposição [PSD] está e da minha parte o que se retira daí é tão somente reconhecer que não estão à altura dos acontecimentos para um município desta envergadura. A mim compete-me ser um referencial de estabilidade, de trabalho e de unidade, que é aquilo que tenho feito.
Avançar para a Ponte D. António Francisco dos Santos, a custear pelas autarquias de Gaia e Porto, não foi um atrevimento?
Não dependemos de candidaturas comunitárias. Se houver oportunidade, obviamente não desperdiçaremos. Mas neste momento a ponte tem dotação financeira, está em concurso público e vai fazer-se [Gaia gastará 18 milhões, incluindo tabuleiro e acessibilidades].
É a favor da desagregação de freguesias em Gaia?
De acordo com a legislação, temos um ano após as eleições autárquicas para decidir. Não pode ser uma decisão administrativa e o Município fará referendos em todas as freguesias que foram agregadas para que as pessoas se pronunciem.
PERFIL
Idade: 50 anos
Profissão: Professor universitário
Residência: Oliveira do Douro, Gaia
Família: Casado, com dois filhos
É licenciado em Sociologia, com doutoramento. Entre 2001 e 2008, foi presidente da Junta de Freguesia de Oliveira do Douro. É presidente da Câmara de Gaia há dois mandatos, desde 2013. A par da liderança da autarquia gaiense, também preside à Área Metropolitana do Porto, entidade regional com sede no Porto e que é composta por 17 concelhos.