"Ele vai morrer aqui", moradores e comerciantes desesperam para salvar sem-abrigo
Um sem-abrigo do Porto está, há quatro dias, prostrado num passeio, por não ter forças para se levantar, devido a um estado de desidratação e magreza extremas. Teve alta hospitalar este domingo. E, desde então, moradores e comerciantes andam aflitos a procurar ajuda. Mas em vão. "Ele vai acabar por morrer aqui", temem.
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António Manuel Magalhães Gomes está, há oito anos, a pernoitar à porta da Maternidade Júlio Dinis e da Reitoria da Universidade do Porto e a passar os dias na rua Clemente Meneres, no Porto, onde toda a gente o trata carinhosamente por "Fonseca".
"Fez a tropa, foi militar e chegou a ser comando mas, depois, o cérebro deixou de funcionar", conta Mário Figueiredo, o proprietário de um café do Jardim do Carregal, que lhe costuma dar refeições quentes. Ao JN, António conta que chegou a ser empregado de mesa. Mas perdeu, primeiro o emprego, depois a casa. Acabou na rua, de onde nunca mais conseguiu sair.