Cerca de 250 mulheres sentaram-se à mesa para desfrutar de um almoço preparado por mais de meia centena de homens, na freguesia de Prozelo, em Arcos de Valdevez. É já uma tradição, que tem por objetivo homenagear as mulheres da freguesia.
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O menu incluía caldo verde, arroz de feijão e panados, tudo preparado numa cozinha improvisada, e, segundo um dos responsáveis pela confeção do almoço, José Carlos Faria, a preparação foi feita com apenas uma semana de antecedência. "Fizemos cerca de 500 panados, que são mais ou menos 35 quilos de carne, e 25 quilos de arroz para este almoço que oferecemos às mulheres. É um evento feito para assinalar a data mas, acima de tudo, serve para chamarmos a atenção para um dos temas do momento, que é a violência doméstica", afirma José Carlos Faria.
À mesa, Custódia Botelho, com 95 anos, diz que não pode perder um almoço destes e que o importante é que a "refeição seja boa". Já Julieta Fernandes afirma que não concorda com a comemoração do Dia Internacional da Mulher.
Algo errado?
"Se este dia existe, só nos pode levar a pensar que algo está errado. Há cada vez mais desigualdade, embora tentem corrigir. Nota-se a nível salarial, nos casamentos, com os casos de violência doméstica. Este almoço é uma forma de convívio agradável", afirma.
Segundo o presidente da Junta de Prozelo, Martinho Pedreira, é esta preocupação que também motiva os homens da freguesia, entre os oito e os 80 anos, a continuarem a realizar o almoço e a passarem a ideia de igualdade numa tarefa doméstica que foi sempre associada às mulheres, como é o caso da cozinha.
A iniciativa deste ano teve ainda um cariz solidário. Por cada inscrição, um euro reverteu a favor da Cruz Vermelha de Arcos de Valdevez, para apoiar as vítimas de violência doméstica.