Os lagares de azeite do distrito de Trás-os-Montes vão ser obrigados a fechar as portas nos próximos dias, porque as empresas de recolha de bagaço não têm mãos a medir para receber tanta produção e estão no limite das capacidades de armazenamento.
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A produção de azeitona da campanha 2021/22, que já é considerada um recorde e estimada em 150 mil toneladas de azeite, criou um problema de saturação nas empresas de recolha e tratamento de bagaço, que ficaram sem capacidade para absorver tantos resíduos, explicou o proprietário da Casa Aragão, em Alfândega da Fé, que vai fechar as portas do seu lagar a partir de amanhã e até janeiro não recebe mais azeitona.
"Acabamos de ser informados de que a empresa que nos recebe os bagaços, por se encontrar nos limites das suas capacidades, não receberá mais bagaços esta semana", explicou Artur Aragão, afirmando que se trata de um problema que ultrapassa a empresa e do qual não tem responsabilidades.
O empresário que é proprietário de um dos maiores lagares do distrito de Bragança recomenda a quem tiver azeitona apanhada que a mantenha ao ar livre para atrasar a fermentação e quem ainda não iniciou a campanha e não apanhou a azeitona que não apanhe, até ter a certeza de que os lagares a receberão para laboração. "Pelo que sabemos todos os lagares de Trás-os-Montes estarão encerrados", indicou Artur Aragão.