Uma embarcação galega, que participava no cortejo pascal do Lanço da Cruz, em Valença, virou-se, esta segunda-feira à tarde, no rio Minho. Dois adultos e duas crianças, que seguiam a bordo, caíram à água, mas foram retirados para a margem galega por uma embarcação da armada espanhola, sem que tenham sofrido ferimentos.
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A informação foi confirmada pelo autarca de Valença, José Manuel Carpinteira, que também participou na procissão naval, à chegada à margem. "Foi um pequeno incidente e, felizmente, não houve problema de maior. Era um barco galego com duas crianças a bordo, mas segundo me disseram não houve nenhum ferido", informou.
A secular tradição, que promove a troca dos compassos pascais no Minho, voltou a cumprir-se, com os párocos locais a atravessarem o rio num cortejo com dezenas de embarcações portuguesas e galegas, para dar a cruz a beijar à população vizinha.
Alguns milhares de pessoas assistiram a partir das margens. "Depois da pandemia está uma maravilha. Nota-se pelo ambiente. As pessoas estão com sede de convívio. Ao chegar, as pessoas beijavam a cruz de uma maneira que parecia que a queriam levar com elas", afirmou o pároco português, Eugénio Silva, antes de embarcar rumo a Sobrado. Já o sacerdote galego, Josef Carrera, ao desembarcar no cais de Cristelo Covo, manifestou: "Já o faço há bastantes anos e sempre é uma grande alegria".
O presidente da Câmara de Valença, José Manuel Carpinteira, afirmou que a autarquia está a trabalhar para que aquela "emblemática tradição" seja reconhecida como património imaterial nacional.