O emigrante de Monção infetado com o novo coronavírus viajou, no domingo passado, de França para Portugal num autocarro com mais 50 pessoas.
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Os passageiros, oriundos de vários concelhos do Alto Minho, entre eles Monção e Melgaço, já terão sido sinalizados pelas autoridades de saúde.
Uma irmã do homem, de 64 anos, que tem residência em Merufe, Monção, e com quem este almoçou, apresenta sintomas de Covid-19. A mulher tem 59 anos e "encontra-se em isolamento na sua residência a aguardar resultado de análises", segundo o autarca de Monção, António Barbosa.
O presidente da autarquia adiantou ainda que doze pessoas daquele município, entre elas cinco bombeiros da corporação monçanense, se encontram de quarentena por terem contactado com o emigrante.
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O sexagenário deu entrada, na sexta-feira, no hospital de Viana do Castelo com dispeneia e foi transportado para o São João, no Porto, onde foi submetido a análise, que deu resultado positivo.
"É um emigrante que vive sozinho em França e que chegou no passado domingo. Viajou num autocarro com mais 50 pessoas de vários concelhos. Pelo que sabemos, já foram sinalizadas e a DGS já entrou em contacto com elas", contou ao JN o presidente da Junta de Merufe, Márcio Alves, adiantando que o homem "na segunda-feira já começou a sentir alguns sintomas e provavelmente já estaria contaminado".
O caso sobressaltou a freguesia de Merufe, atualmente com cerca de 1100 habitantes. "As pessoas aqui na freguesia estão um bocado apavoradas, mas estamos a tentar controlar a situação. Já fizemos um comunicado a alertar para evitarem ao máximo sair de casa e elas estão a respeitar", disse o autarca.
"A nossa população é muito envelhecida e há muitos grupos de risco. Se começa a entrar aqui teremos um problema grave". A Junta de Freguesia de Merufe criou uma equipa de apoio à população que necessite de ajuda para a compra de bens essenciais e medicamentos.
Este sábado, após tomar conhecimento do caso, a Câmara de Monção, reuniu a Comissão Municipal de Proteção Civil e pediu novas medidas de contenção ao Governo, nomeadamente, a restrição do acesso na fronteira "aos movimentos estritamente necessários" e quarentena no país, tal como foi decretado na vizinha Espanha, até ao fim de março.