Centenária Castros colocou milhares de luzes natalícias numa das principais vias de Londres, passando por Paris e Bruxelas. Médio Oriente também ilumina datas festivas em português.
Corpo do artigo
O Natal já chegou à icónica Oxford Street, Londres, que este ano volta a estar iluminada com design e fabrico português. A assinatura é da Castros, uma empresa de iluminações festivas de S. Félix da Marinha, no extremo sul de Gaia, com um século de história e que há mais de uma década aposta no mercado britânico. E ilumina outros natais, pelo Mundo.
"É uma chuva de estrelas: são seis mil estrelas que estão em forma de teto, ao longo dos dois quilómetros da rua, o que dá uma perspetiva muito imersiva. Está a ser muito bem acolhido pelo público", descreve o diretor da empresa, Jorge Castro, que explica que "foi criado um design totalmente personalizado para aquele espaço". Como, aliás, sempre acontece, já que a Castros aposta na diferenciação e personalização das iluminações que produz.
A aventura no Reino Unido arrancou há 15 anos. "Iniciámos uma relação mais duradoura com o mercado britânico em 2006. Começámos por fazer a iluminação da South Molton Street, uma rua perpendicular a Oxford Street. Foi como que um balão de ensaio, e correu muito bem. Teve um design inovador, totalmente diferente daquilo a que estavam habituados. No ano seguinte, continuámos lá, e, em 2008, conseguimos pela primeira vez o contrato para Oxford Street", recorda o empresário, que desde então ilumina o Natal da emblemática artéria londrina. "Sempre que se realizaram novos concursos, conseguimos ganhar até à data de hoje", orgulha-se Jorge Castro.
"O "kick off" da internacionalização começou em 2006, e o mercado britânico era um dos nossos eleitos: é uma capital mundial do ponto de vista da iluminação natalícia", sustenta o proprietário da Castros. Entretanto, as luzes produzidas na fábrica fundada há um século pelo bisavô de Jorge Castro foram chegando a outros pontos do globo e hoje iluminam natais de cidades como Paris, Nice e Cannes, em França, ou Bruxelas, na Bélgica. Até ao Médio Oriente se vendem as luzes da firma de Gaia para as suas festividades.
Cá dentro
Por cá, a Castros dá cor e forma, entre outros, ao Natal de Lisboa, Aveiro, Gaia, Vila do Conde e Sintra, e 2021 é especial: "É um ano de festa para uma empresa que se dedica a fazer festas", atira Jorge Castro, lembrando que o bisavô criou o negócio há 100 anos. "É uma empresa familiar que vai na quarta geração", diz, orgulhoso, enquanto recua no tempo para evocar a fundação. Que ficou a dever-se a António Araújo e Castro, após o infortúnio que se abateu sobre a família e a empresa de pirotecnia que tinha em Espinho, onde um acidente de trabalho ceifou a vida ao irmão.
Após a tragédia, o empresário voltou-se para as decorações festivas, iluminando romarias. Na década de 1950, foi a filha, Maria Aurora, quem "tomou as rédeas da empresa", tornando-se numa "mulher empresária" numa época em que o mundo empresarial era exclusivamente masculino. Jorge Castro elogia o rasgo da avó e também do pai, que, "no início dos anos 1970, foi o grande impulsionador do que é hoje a Castros".
Curiosidade
6000 luzes
em forma de estrela iluminam a Oxford Street, que, com centenas de lojas, é a mais movimentada avenida da zona de Westminster, em Londres.
Saiba mais
Vários eventos
No mercado nacional, que representa 50% do volume de negócios, a Castros ilumina mais do que o Natal, desde festivais de música a romarias, passando por casamentos e aniversários.
Médio Oriente
Entre os clientes da Castros estão também países do Médio Oriente, como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, para os quais a empresa idealiza iluminações para o Ramadão e festivais de compras.