Um conjunto de 12 empresas de veículos de animação turística, vulgarmente conhecidos como tuk-tuks, vai avançar judicialmente contra a Câmara do Porto devido à proibição da circulação de triciclos e quadriciclos em nove ruas na zona histórica e na Baixa.
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A medida vai entrar em vigor na próxima segunda-feira, dois meses após o Tribunal ter dado razão a uma providência cautelar interposta por operadores turísticos contra o regulamento que limitava o acesso àquelas áreas, o que deixou os representantes destas entidades incomodados.
Para Alex Ramos, proprietário da Wildbloom e que fala também em nome das outras 11 empresas, esta ação da Câmara do Porto é uma forma de "arranjar um bode expiatório para a incapacidade de resolver o problema do trânsito na cidade".
"A medida não faz sentido porque não somos os únicos quadriciclos que circulam naquela zona e seremos os únicos prejudicados. O que vão fazer aos veículos dos CTT ou aos quadriciclos com motores, conhecidos como papa-reformas?", questiona o representante, reforçando que a intenção "não é arranjar problemas, mas sim ajudar o turismo do Porto".
Aliás, Alex Ramos considera que esta proibição da circulação obrigará a tomar medidas que vão ser ainda mais prejudiciais para o trânsito e em termos de poluição.
"Se isto avançar teremos de comprar jipes ou carrinhas para transportar os turistas, o que só piora a situação. O nosso serviço é de um passeio turístico guiado, não está só relacionado com o tipo de veículo onde os passageiros são transportados", acrescenta ainda.
Segundo o proprietário da Wildbloom, as empresas de tuk-tuks "estão dispostas a negociar para resolver o problema", preferindo não ter que agir judicialmente.
As mesmas terão ainda proposto medidas para ajudar a resolver o problema pacificamente, como a criação de lugares de estacionamento exclusivos para veículos de animação turística, a formação de um grupo de trabalho entre operadores e a Câmara para melhorar a mobilidade ou a definição de percursos que minimizem o impacto no trânsito e promovam zonas menos exploradas da cidade.
No entanto, devido à proibição da circulação de triciclos e quadriciclos na zona histórica portuense, este conjunto de 12 empresas vai mesmo tomar uma medida judicial, que será oficializada no início da próxima semana.
O JN contactou a Câmara Municipal do Porto e aguarda resposta.
Lisboa também tem problemas com tuk-tuks
Recorde-se que, como noticiou o JN, os tuk-tuks também já tiveram problemas em Lisboa, sendo que estão proibidos de circular em 337 ruas da capital. Nesse sentido o número de agentes de fiscalização foi reforçado, tendo como principal foco controlar o estacionamento indevido e a passagem pelas ruas interditas deste tipo de veículos.