Festa académica da Universidade do Minho arranca este sábado, no Fórum Braga, e prolonga-se até sexta-feira. Recinto conta com dois palcos, cerca de 40 barraquinhas e uma zona de diversões com carrinhos de choque.
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As letras do curso já estão recortadas e pintadas a laranja, mas Renata Mendes e os amigos de Engenharia e Gestão Industrial "ainda têm muito trabalho pela frente", para transformar a pequena barraca numa espécie de discoteca. Querem cativar as atenções dos milhares de estudantes do Minho que são esperados no Enterro da Gata, que arranca este sábado e prolonga-se até sexta-feira, no Altice Forum Braga.
Há mais de dois dias que os alunos da Universidade do Minho estão a preparar o recinto para o regresso do evento. A maioria nunca viveu a maior semana académica da região, por causa da pandemia. "Os cursos têm três anos e há mais alunos que não foram ao Enterro da Gata do que aqueles que lá estiveram", constata Duarte Lopes, presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM).
É o caso de Renata Mendes, que está "a aproveitar o segundo ano" do curso, para compensar "o ano perdido como caloira". "Espero que seja a melhor semana da minha vida", reforça André Silva, enquanto ajuda as colegas a dar cor à barraca.
Quase ao lado, Anita Campos anda de um lado para o outro, agitada, enquanto o seu grupo tenta pendurar um letreiro. "Agora é que está a começar a festa e estamos a recuperar tudo o que perdemos", afirma a estudante do segundo ano de Química, garantindo que a preparação da barraquinha já começou no início do ano, com a angariação de dinheiro para alugar o espaço e comprar bebidas. A decoração é, essencialmente, feita com materiais reciclados. "O desafio é que sejam barraquinhas sustentáveis", elucida a jovem.
A festa é organizada pela a AAUM, mas aqui, também, cabem os alunos da Universidade Católica de Braga. E, neste caso, para o seu espaço de convívio, levaram "a última ceia do Senhor" como tema. "E vamos ter um mural para tirar fotografias", acrescenta, entusiasmada, Carla Coutinho, finalista de Ciências da Comunicação.
Ao todo, o recinto interior conta com quase 40 barraquinhas, que representam os cursos e grupos culturais da UMinho. O pavilhão conta, ainda, com um palco e salas para acolher profissionais de saúde, agentes policiais e um serviço de apoio a eventuais vítimas de comportamentos abusivos, numa parceria com a associação UniMais. "A segurança é uma grande preocupação, seja contra a pequena criminalidade, seja contra comportamentos de assédio. Os próprios responsáveis das barraquinhas receberam formação", explica Duarte Lopes, falando de um efetivo de quase 100 agentes, entre PSP e vigilância privada.
É que a festa faz-se, também, no exterior do Altice Forum Braga, onde estará o palco principal e equipamentos de diversão, como carrinhos de choque. A organização espera "receber mais de 50 mil pessoas", ultrapassando os números pré-pandemia, aponta Nádia Gouveia, da AAUM. "Esperamos uma participação histórica", confirma Duarte Lopes.
Alerta
Pedem financiamento para o Ensino Superior
"A gata não quer arroz outra vez" é o lema que guia, este ano, a festa dos estudantes da Universidade do Minho. "Não queremos mais falta de respostas para o Ensino Superior e isso passa pelo financiamento", justifica o presidente da associação académica, Duarte Lopes, adiantando que a universidade "precisa de obras de intervenção", mas também "residências" ou até adequar o valor das senhas da cantina.
Programa
Artistas nacionais
O rapper ProfJam inaugura o palco do Enterro da Gata, sábado à noite, com os artistas Lon3er Johny e Benji Price. Os destaques vão depois para Quim Barreiros, na quarta-feira, e Diogo Piçarra, no último dia. Os grupos culturais atuam amanhã.
Cortejo na quarta
O cortejo académico vai voltar a percorrer o trajeto entre o cemitério municipal de Braga e a Avenida Central, na quarta-feira à tarde. Estão previstos 50 carros alegóricos e milhares de estudantes. Este sábado, há missa dos finalistas e imposição de insígnias, no estádio 1º de maio.