Alunos e professores da Escola Secundária de Castêlo da Maia e também de estabelecimentos de ensino da Polónia, da Croácia e de França assistiram a uma sessão sobre "fake news", dinamizada pelo JN em parceira com o Ministério da Educação, na tarde desta quarta-feira.
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A discussão em torno das "fake news" está a ser fomentada pelo JN nas escolas desde outubro, com o objetivo de alertar crianças e jovens para os perigos da desinformação, que nos últimos anos tem encontrado nas redes sociais o principal veículo. Fazê-los compreender a diferença entre a realidade e a mentira, através de uma série de pistas, e incentivá-los a ler as notícias em órgãos de comunicação social credíveis são os principais objetivos das sessões, dinamizadas por uma jornalista e uma professora.
A sessão desta quarta-feira contou com a participação especial de alunos dos três países que, além de Portugal, estão envolvidos no projeto Tecnologia de Informação para a Cidadania e a Democracia, no âmbito do programa Erasmus+, projeto esse que é coordenado pela Secundária de Castêlo da Maia.
Temáticas como "o que é ser um cidadão global" ou quais "os direitos e as responsabilidades de se ser europeu" são algumas das vertentes que estes estudantes têm trabalhado em conjunto ao longo da semana, segundo a professora Luísa Pinho.
"É importante fazer pedagogia, porque há muito pouca propensão dos jovens para consumirem notícias a partir de fontes fiáveis, como jornais, televisões e rádios", começou por referir-nos a docente, a propósito da iniciativa do JN na escola. Acrescentou que os alunos "sabem que muitas das coisas que aparecem - e que eles consomem - são de fonte duvidosa e são depois negadas pela evidência e pela investigação, mas levar essa distinção à prática é mais difícil".
"Esta temática toca-nos muito, faz parte do nosso quotidiano", disse, por sua vez, Bruno Martins. Com 18 anos, o aluno da Secundária de Castêlo da Maia salienta ainda a importância do trabalho que está a ser feito com os estudantes estrangeiros, pois permite "ter contacto com outras realidades e perceber a importância da veracidade da informação para a democracia e para a cidadania".
Natural da Croácia, Gabrijela Martinić, de 17 anos, referiu-nos que no seu país "o jornalismo está a suscitar cada vez mais interesse entre os jovens, porque percebem que a desinformação é um problema e tentam combatê-la".
Com a mesma idade, a polaca Martyna Dwojak disse ao JN que "muitos jovens não sabem que estão a ler "fake news" todos os dias na Internet e não sabem como distinguir as notícias verdadeiras das falsas", acrescentando que são poucos os que leem notícias: "Os jovens não leem jornais. Só leem uma notícia quando estão a fazer "scroll" e veem alguma coisa que lhes interesse".
Ciente de que "a desinformação é um meio muito forte de controlar a verdade", Simon Chevreau, também de 17 anos e natural de França, deixou um alerta: "As gerações mais novas usam muito as redes e as "fake news" espalham-se depressa. Se não souberem distingui-las da realidade, ficam confusos sobre aquilo em que devem acreditar".
Em maio, o JN voltará a discutir a temática com alunos de Secundária de Castêlo da Maia e representantes de escolas da Turquia, da Eslovénia e da Lituânia.