O especialista em flora da Madeira e geógrafo Raimundo Quintal, disse hoje, segunda-feira, que a queda de uma palmeira no comício do PSD, no domingo à noite em Porto Santo, representa "negligência e falta de cultura de prevenção".
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"Não quero ser justiceiro e não vale a pena começarem com suspeitas de boicote, porque o que aconteceu foi negligência, uma falta de cultura de prevenção que as autoridades regionais teimam em ter", afirmou à Lusa.
Raimundo Quintal adiantou que "mandava o bom senso que se fizesse, há muito tempo, uma análise ao estado da palmeira e, caso se verificasse que as raízes não estavam saudáveis", que fosse cortada.
Para o especialista em flora madeirense, autor de diversos estudos e programas informativos sobre esta temática, a inclinação que a palmeira (Phoenix canariensis) apresentava, era indicador que "algo já não estava bem com a planta", significando isso que "as raízes já não tinham dinâmica suficiente para aguentar na vertical", explicou.
Raimundo Quintal não quis avançar com grandes explicações sobre o que se terá passado com a queda da palmeira, mas alertou para o fato de se dever analisar o que sucedeu no terreno anteriormente, nomeadamente com abertura de valas e pragas.
Para o especialista, "a natureza não foi madrasta nem é preciso ir à bruxa", aludindo às declarações de Jardim sobre o acidente, adiantando que "tudo se resolve com ciência e com cultura de prevenção".
Uma palmeira de grande porte tombou subitamente na noite passada no começo do comício do PSD-M que marcou a "rentrée" politica do partido, atingindo mortalmente uma madeirense de 61 anos, residente no Funchal, que estava de férias na ilha, que naquela momento se encontrava sentada num dos bancos do largo.
Outras duas pessoas, mãe e filho, residentes em Portugal continental, com 44 e 25 anos respectivamente, que estavam de visita, hospedados numa das unidades hoteleiras da ilha ficaram gravemente feridas, tendo sido transferidas pela Força Aérea para o hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, onde estão internados com prognóstico muito reservado.