Estátuas da Avenida da Liberdade “telefonam” aos turistas e contam a sua história
A ideia do projeto "História com Voz" partiu do autarca da freguesia de Santo António, que gostou do que viu em Londres.
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Rui Gonçalves, 22 anos, espreita com curiosidade para a estátua de António Feliciano de Castilho, na Avenida da Liberdade, em Lisboa. "Costumo olhar para as estátuas, mas não sei quem foram. É melhor terem uma explicação. Esta ideia é diferente e inovadora", diz o jovem de Almada. Desde o mês passado, que basta apontar o telemóvel ao código QR, colocado junto às 22 estátuas do projeto "História com Voz", para receber uma chamada telefónica de um ator ou humorista português a contar a história da figura retratada como se esta estivesse a falar connosco.
"Sou o António Feliciano de Castilho. Não se admire que esta minha estátua da autoria do escultor Leopoldo de Almeida me represente de olhos fechados. Quando tinha seis anos tive a infelicidade de sofrer um ataque de sarampo que me deixou cego, mas essa condição não me impediu de alcançar grandes feitos e é por isso que estou nesta avenida", ouve-se a voz do ator Guilherme Filipe.
"O meu irmão optou pelo sacerdócio, o que dava um certo conforto porque não disputávamos namoradas", continua sempre bem-humorado, um registo presente em todas as descrições das "estátuas falantes".