Vários alunos participaram numa manifestação em frente à Reitoria da Universidade do Porto (UP) contra "o subfinanciamento estatal" e reclamaram "ensino público democrático, gratuito e de qualidade para todos".
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"Antes do vírus já o Estado andava a fugir à responsabilidade. Portanto, nada disto é da culpa da pandemia. Isso é uma retórica da mentira", disse ao JN, Maria Costa, estudante do segundo ano de Psicologia, entre palavras de ordem dirigidas às cerca de cinco dezenas de universitários que, como ela, desafiaram a chuva na manifestação desta tarde de quarta-feira, realizada à porta da Reitoria da UP, na Praça dos Leões, no Porto.
"O que nos traz aqui é o protesto contra décadas de subfinanciamento do ensino e contra o modelo que suporta o ensino, com base no esforço das famílias. O Ensino tem de ser suportado pelo Estado. E o que se verifica é a crescente desresponsabilização do Estado, que também obriga grande parte dos estudantes a ingressar nos estabelecimentos privados, porque não têm meios nem ajudas, como bolsas e residências, para estudarem fora dos seus distritos. E isso acarreta ainda mais dificuldades às famílias", observa Guilherme Santos, estudante do terceiro ano de Sociologia, na Faculdade de Letras do Porto.
"Este ensino superior não é digno de um país democrático. Está bem que estamos a atravessar uma crise sem precedentes, por causa da pandemia, mas isso não justifica tudo, até porque esta degradação do ensino público já se arrasta há muitos anos, bem antes da chegada do vírus. E se não há dinheiro para o ensino público", porque razão não falta para os apoios à banca?", atalha Maria Costa.