Finalistas da Universidade de Coimbra confessam emoção com final do percurso académico. Sé Nova foi pequena para tantos alunos.
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O Largo e a igreja da Sé Nova foram pequenos para tantos estudantes da Universidade de Coimbra e familiares que se deslocaram ontem à bênção das pastas. Alunos falam de um sonho concretizado e famílias apontam para o orgulho que sentem em vê-los terminar o curso.
"Acho que é o ano em que vejo mais estudantes na igreja", exclamou o padre Paulo Simões antes de ser dado início à missa da bênção das pastas. Entre os bancos e o chão, os alunos foram-se acomodando como podiam. Sem poder entrar na igreja por questões de segurança, os familiares ocuparam o Largo da Sé Nova e assistiram à cerimónia através dos ecrãs gigantes, montados no exterior.
Bispo lembra desafios
"Não se esqueçam que vocês têm uma missão neste Mundo", transmitiu aos estudantes o bispo da diocese de Coimbra, D. Virgílio Antunes, lembrando os desafios e as responsabilidades que os agora finalistas vão ter de enfrentar na sua entrada no mundo do trabalho.
Pelas 12.20 horas (mais de uma hora depois do início da cerimónia), e a pedido do bispo, os estudantes abanaram as fitas, à vez, da Faculdade a que pertencem (Medicina, Direito, Ciência e Tecnologia, Letras, Farmácia, Economia, Psicologia e Ciências do Desporto), seguindo-se uma palavra do bispo aos familiares no exterior. "Uma palavra de gratidão para todos vocês. Foram anos de muito trabalho e sacrifício, mas valeram a pena", considerou.
Um sonho trazido de África de onde saiu em 2018
Andrea Fonseca, ao contrário da maioria dos estudantes, não tinha a família na Sé Nova. Pelo menos, a de sangue, uma vez que esta se encontra em Cabo Verde, de onde Andrea partiu em 2018 para estudar Engenharia Biomédica. A acompanhá-la estavam três amigas. "São como se fosse a minha família". Romize, Denilze e Anícia exibiam, orgulhosas, a bandeira do país. "É um momento especial, fruto da minha dedicação".
Concretizar o desejo de ser médica
Ana Rosa, finalista de Medicina, teve a família presente em Coimbra, vinda da Guarda e de Barcelos. "Já tinha estado no cortejo, apesar de ter sido a meio da semana. Tirei férias para vir", revela Cândida Vila Flor, mãe de Ana, que se deslocou da Guarda. A filha mostra-se feliz "com o culminar de um percurso que já deixa saudades". O futuro próximo de Ana Rosa é estudar para o exame da especialidade e concretizar o sonho de ser médica.
Família saiu de Bragança às seis da manhã
Orlando e Dulce Rodrigues saíram de Bragança às seis horas para estar em Coimbra a tempo da bênção das pastas. O motivo: ver o filho, Valério, finalista em História pela Faculdade de Letras. "É uma vitória para a família. Ele é filho único e é com muito gosto que o vejo a atingir este objetivo", salienta Orlando Rodrigues. Valério diz-se "orgulhoso pelo fim de uma jornada incrível e uma nova página que se abre".