Moradores dizem que a situação "já se arrasta desde janeiro". Águas do Marco de Canavezes atribuiu a anomalia a "excesso de caudal por causa da chuva".
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O rio de Galinhas, afluente do rio Tâmega, está a ser alvo de uma descarga poluente da Estação de Tratamento de Águas Residuais da Ponte das Tábuas, no Marco de Canaveses. A descarga é feita na margem esquerda do rio, junto a um açude, no lugar de Cristelo e com uma cadência permanente. O cheiro nauseabundo e a cor da água que é enviada para o rio certificam de que algo de anormal se passa no tratamento daquele afluente.
Os moradores dizem que a situação "já se arrasta desde janeiro sem que a empresa" concessionária da rede de saneamento, "Águas do Marco, resolva o problema".
Sérgio Soares, a viver no lugar de Cristelo desde dezembro último, conta que só se apercebeu do problema em janeiro, quando o coletor que vai desaguar um quilómetro a jusante, junto à antiga fabrica do papel, entupiu e começou a despejar a carga mal cheirosa junto à sua residência.
"Já reclamei na empresa através de um requerimento, mas até agora nada fizeram de concreto para resolver o problema. Há cerca de quinze dias veio cá uma brigada das Águas do Marco e tirou duas tampas de saneamento e foram-se embora", aparentemente, sem resolverem o problema. "Aliás, as tampas permanecem fora do sítio, o que representa um perigo para a população, designadamente, para as crianças que ali podem cair", atalha José Pereira, vizinho de Bruno Soares.
Contactada a Águas do Marco, a empresa concessionária do saneamento atribuiu a anomalia a "um excesso de caudal por causa da chuva. Apenas temos uma reclamação que deu agora entrada, há minutos", disse ao JN, Mário Costa, diretor geral da Águas do Marco.
Refira-se que há mais de uma década que a ETAR da Ponte das Tábuas está obsoleta, sem capacidade de tratar os afluentes que ali convergem. À vista desarmada de quem por ali vive, a ETAR aparenta estar parada, dizem os moradores que está "avariada", facto que é contrariado por Mário Costa. "A ETAR está a trabalhar, o caudal é que é muito", justifica o responsável das Águas do Marco.
Questionado sobre se está para breve a resolução do problema, aquele responsável disse não ter informações que possa dar neste momento.