A organização da Expofacic, Feira Agríciola, Comercial de Cantanhede, estima que cerca de 400 mil pessoas tenham passado pela edição deste ano, que ontem, domingo, encerrou portas. Um balanço, obviamente, positivo.
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Segundo Patrocínio Alves, presidente do conselho de administração da INOVA EM, o sucesso da edição 2009 da Expofacic fica a dever-se a três factores: a dinâmica do certame, a qualidade do cartaz de espectáculos - "este ano foi o melhor de sempre", afirma - e as condições climatéricas favoráveis. "Este ano, ao contrário de 2008, só tivemos uma ameaça de chuva - anteontem - o que contribuiu para a enorme afluência e que, tendo em conta a adesão verificada hoje [ontem] logo às 16H00, na abertura do certame, poderá aproximar o número de visitantes da fasquia das 400 mil pessoas", referiu.
A par da boa adesão do público, sobretudo aos espectáculos, houve quem não tivesse tanto de bom para contar. Os artesãos que tiveram expositores no certame reclamam do pouco valor dado pela população ao sector. No entanto, entendem a importância de divulgar o que fazem na feira.
Ana Mesquita está a tomar conta do stand da cunhada, um dos cerca de 20 dedicados à actividade. Vende malas, tapetes, panos e alguns pequenos adereços. "Nem todas as pessoas dão valor ao nosso trabalho. A minha cunhada perde muitas horas a fazer cada um destes artigos", explica.
Habituada a fazer a feira de Cantanhede na área do imobiliário, Ana está pelo primeiro ano na parte de artesanato, e defende que a presença nem é tanto para fazer negócio. "As pessoas não vêm cá para comprar. Vêm essencialmente para se divertir. Mas é bom divulgar o que fazemos", sublinha.
Poucos metros ao lado do expositor onde Ana trabalha está Maribel Laranjeiro. A artesã já participa na feira de Cantanhede desde 2002 e tem notado grandes diferenças desde aí. "Tem mudado muito ao nível da afluência, agora vem muito mais gente", constata, entendendo que a situação é boa para os expositores e para a região. Sobre o negócio, revela que na feira tem sido razoável, mas a nível geral deixa muito a desejar. "Há cada vez menos dinheiro, e as pessoas procuram sobretudo produtos feitos por máquinas. Há um desvalorizar do que fazemos", considera.
Manuel Almeida está reformado há 20 anos e, para não estar parado, começou a dedicar-se ao fabrico de artigos em madeira. "Já vendi para França, Alemanha e Bélgica", conta. Na Expofacic, que já frequenta há 15 anos, a situação não foi a melhor. "À festa vem cada vez mais gente, mas vende-se pouco, não há dinheiro. As pessoas passam por aqui e acham bonito, mas falta o resto", ironiza.