Está patente no museu da Associação dos Trabalhadores Reformados da Portugal Telecom
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Há 140 anos, por esta altura, nascia a primeira rede telefónica no Porto, com intuito de ligar a cidade com Lisboa. Desde 1877 que eram feitas chamadas experimentais de âmbito comercial, mas só em 1882 foi estabelecida a primeira ligação pública.
Em plena época da Revolução Industrial, quando o único instrumento de comunicação reconhecido era o telégrafo, instrumento esse que não era de linguagem compreendida por todos, o telefone chegou como uma salvação para a comunicação da população.
Porto e Lisboa eram as cidades com mais atenção da Edison Gower Bell Telephone, o restante território era assegurado pelos CTT.
Depois de despachar essa empresa, durante meia dúzia de anos o Estado criou a sua própria. No entanto, não tinha condições e contratou os serviços britânicos, que tinham uma grande comunidade no comércio do vinho do Porto. Nascia assim a The Anglo Portuguese Telephone Company, que abrangia especialmente a Área Metropolitana do Porto. A primeira lista telefónica surgiu a 6 de julho.
Antes da primeira chamada feita do Porto, houve outra em Lisboa, a 26 de abril.
No museu da Associação de Trabalhadores Reformados da Portugal Telecom, que preparou uma exposição alusiva à data, existe um vasto acervo de peças telefónicas históricas, entre elas uma lista telefónica de 1927, de Porto e Lisboa. É a mais antiga da coleção e o ícone da exposição "Os telefones falam - o invisível das telecomunicações".
Na coletiva há também alguns dos mais emblemáticos telefones ao longo da história, como o Bramão, o qual nunca foi comercializado, e o Herman, usado inicialmente para transmitir uma das óperas preferidas do rei D. Carlos. A par destas peças, a exposição faz referência ao papel das telefonistas e como com o avanço da tecnologia nasceram os marcadores que acabaram por fazer o trabalho delas.
Para quem visitar o museu, pode também assistir a um filme produzido pelo último dono da Telecom, o qual doou a sua propriedade para a criação de um lar para os reformados da empresa. Sr. Godfrey William era um grande entusiasta do cinema e, deste logo, criou uma produção cinematográfica que visava mostrar o processo de instalação da rede de telefonia no Porto.