Na Escola Básica do Casal da Serra, em Odivelas, ao final da manhã deste domingo de eleições europeias, já tinham votado cerca de 300 pessoas. Sem filas, ninguém esperou para votar e uma "pequena falha informática" não impediu ninguém de exercer o direito de voto.
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Ana Ribeiro, 58 anos, elogiava, esta manhã, o novo sistema de voto em mobilidade, estreado nestas eleições. “Espero que seja adotado para as próximas eleições, não só nas europeias, e acho que já deveria ter sido há vários anos. Acredito que será uma forma de não haver tanta abstenção nestas eleições em que muitas pessoas foram de férias, por causa dos dois feriados da próxima semana. Desta forma podem votar em qualquer lado”, disse à saída das urnas.
Ana Paula Alcobia, 63 anos, partilhava a mesma opinião. “É muito melhor e mais fácil, podia ser sempre assim. Quem tiver de férias no Algarve não vem de propósito votar”.
Luís Quintino, 56 anos, também notou mais celeridade e nem notou "a falha informática" que ocorreu durante a manhã. “Antes tínhamos de procurar pela sala com a primeira letra do nosso nome e hoje foi só entrar, foi muito mais rápido que nas últimas eleições. Temos de votar, porque se não formos nós a escolher, escolhem por nós”, lembrou.
Para Maria João Lourenço, 77 anos, o voto de mobilidade traz muitas vantagens. “Viemos aqui porque moramos cá, mas se estivéssemos noutra parte do país, com o novo sistema, também iríamos cumprir o nosso dever”, assegurou, lamentando “a abstenção que ainda existe em Portugal”. “As pessoas duvidam um bocado do sistema e dizem que não vão votar porque não vale a pena. Estão desmotivadas, não se interessam e muito menos pela União Europeia”.
Fátima Gaspar, 59 anos, diz que nem sabe explicar bem porque se deve votar nas eleições europeias, mas acaba por arriscar. “É importante ter alguém a representar Portugal em Bruxelas”.
José Lourenço, 84 anos, considera que para a falta de informação também contribuem os debates eleitorais, "que deveriam ser mais apelativos". “Os assuntos não são bem desenvolvidos. Cada um quer puxar a brasa à sua sardinha, falam uns por cima dos outros e no final nem percebemos o que é que se discutiu e não se chega a conclusão nenhuma”, observou.
Lá dentro, as mesas de voto, este ano, contaram cada uma com mais um técnico informático, num total de cinco elementos por mesa eleitoral. Uma falha na rede “rapidamente resolvida”, não impediu, contudo, que ninguém ficasse por votar, apurou o JN. Ao final desta manhã de domingo, na Escola Básica do Casal da Serra, tinham votado cerca de 300 pessoas das 1000 aqui registadas.