Fátima Felgueiras, candidata independente à Câmara felgueirense, garantiu que não vai aumentar a água e continuará a abrir concursos para contratar mais pessoal para os serviços municipais, para criar emprego.
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Frenética, discursou 50 minutos seguidos, anteontem à noite, na praça defronte à Câmara, uma floresta cercada de outdoors de outros candidatos e sobrepostos uns aos outros - como foi, aliás, o caso do palanque de Fátima que tapou totalmente os outdoors do rival Horácio Costa e do adversário social-democrata, Eduardo Bragança.
Antes das duas únicas intervenções de Júlio Faria (mandatário) e da própria candidata, foram projectados vídeos com registos de apoio à candidatura. Um dos vereadores, Bruno Carvalho, afirmou mesmo que uma autarca assim "só aparece de cem em cem anos, e quando aparece".
Além dos apoios da "casa" - incluindo o presidente da Rádio Felgueiras e vários líderes associativos -, Fátima recebeu o incentivo do presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo (Artur Lopes) e de Joaquim Gomes, o director da Volta a Portugal em bicicleta.
Centrando o discurso no abastecimento da água pública, Fátima criticou a Águas de Portugal. "Se nos venderem a água a cinquenta cêntimos, mas entenderem que para equilibrarem as contas economicamente, para as apresentarem à Europa, a devem passar para um euro, podem todos municípios da Área Metropolitana do Porto, do Vale do Sousa e do Tâmega levantarem-se e votar contra, mas têm apenas 49 por cento e não mandam nada", frisou.
A culpa é, portanto, do Governo: porque "todos os anos a água aumenta de preço e todos os anos as Câmaras são obrigadas a fazerem ajustamentos". "Os autarcas com responsabilidade temem que um bem essencial como a água e o tratamento do saneamento atinjam valores que não sejam comportáveis para as famílias", disse. E nesse sentido, Fátima lançou a primeira promessa: se for eleita, vai manter o preço da água e abolir a taxa de ligação de ramais.
Por outro lado, enquanto o país assiste ao aumento do desemprego, "Felgueiras é o único município do país onde a taxa de desemprego, ainda que em pequena dimensão, está a diminuir no país". Apesar disso, "desenganem-se aqueles que votam contra a decisão da Câmara em abrir concursos para contratar mais pessoal para os serviços, porque se eu conseguir arranjar emprego para todas as famílias que o não têm, nesse dia serei a mulher mais feliz do mundo!"
"Portugal está na bancarrota. Todos nós sabemos que infelizmente o rumo do país não é promissor", afirmou, lembrando que, mesmo assim, não precisa de levar governantes a Felgueiras: "Só precisamos de sermos recebidos em Lisboa por governantes e resolver problemas. E isso sabemos fazer bem, seja qual for a cor política dos governos".
Sobre o concelho, Fátima não tem dúvidas que "além de ser a melhor terra do mundo, é o melhor exemplo para o país e para a política nacional".