<p>Dentro de dez dias será conhecida a decisão final sobre o futuro da metalúrgica Oliva. Ontem, na assembleia de credores foi confirmada a inexistência de investidores e o administrador judicial apresentou a sua demissão. O encerramento é dado como certo.</p>
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A votação por escrito, solicitada por 62% dos credores da Metalúrgica Oliva que participaram na derradeira assembleia de credores que, ontem, reuniu no Tribunal de S. João da Madeira, adiou por mais dez dias uma decisão final e formal sobre o futuro da empresa. Mas depois das explicações do administrador judicial, Tito Germano, é convicção geral que o encerramento será inevitável.
"Neste momento não existem interessados na Oliva e em pegar no plano de viabilização. Sem o necessário investimento a empresa não tem condições de viabilização, não há condições para a empresa continuar", disse.
Dando como certo o encerramento da empresa, Tito Germano apresentou também a sua demissão, considerando que não tem condições para continuar no cargo. Uma posição que surge em consequência das críticas do Instituto da Segurança Social em relação ao trabalho desenvolvido pelo gestor.
Nem mesmo o voto de confiança aprovado pela maioria dos credores, em anterior reunião, demoveu o gestor. "Sinto-me fragilizado. O meu bom nome não foi muito bem tratado", justificou.
Dissolução votada
A juíza colocou aos presentes a votação da dissolução da empresa. O representante da Comissão de Credores acabou por considerar que, depois das explicações de Tito Germano, "não há nenhuma hipótese de viabilizar a Oliva". Assim, 24,5% dos credores votaram, naquele momento, pela liquidação da empresa enquanto que os restantes credores, que representam 62% dos votos, solicitaram ao tribunal a votação por escrito.
Apenas a comissão de trabalhadores votou contra a proposta de encerramento. "Votamos contra, porque o que custará ,ao Estado, o Fundo de Desemprego e o Fundo de Garantia salarial de 184 trabalhadores seria suficiente, de acordo os valores apresentados pelo administrador judicial, para manter em funcionamento a empresa" justificou o porta-voz da comissão de trabalhadores, o advogado Rui Abrantes.