"Inadmissível" é a palavra mais utilizada por autarquias, utentes e partidos para classificar o fecho da Urgência pediátrica do Barreiro-Montijo e de Setúbal no período nocturno. Protestos já estão agendados para contestar a medida que durará dois meses.
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"A urgência pediátrica será garantida exclusivamente pelo Hospital Garcia de Orta", anunciou a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT), especificando que a situação, motivada pelas férias dos médicos, afectará as crianças da Península de Setúbal que necessitem de cuidados médicos entre as zero e as 9 horas de 15 de Junho a 15 de Setembro.
"Não podemos aceitar uma coisa dessas. Se o Garcia de Orta está já um caos vai ficar ainda pior", queixa-se José Sales, das comissões de utentes da saúde, que tomam hoje uma posição oficial sobre as formas de luta a encetar, apesar de ter sido já convocada uma vigília para a próxima segunda-feira, pelas 19 horas, junto ao Hospital de São Bernardo, em Setúbal.
As Câmaras de Setúbal e do Barreiro exigem a anulação da decisão e já solicitaram reuniões com carácter de urgência à ministra da Saúde. "Pode haver pessoas em risco. De Sines a Almada não são apenas 40 quilómetros. Estamos a falar de muitos quilómetros", alertou a edil de Setúbal, Maria das Dores Meira.
Já a autarquia do Barreiro diz que "vai exigir a reposição da situação tendo em conta que não se verificam quaisquer constrangimentos que ponham em causa o normal funcionamento da urgência pediátrica do Barreiro".
PSD, PCP e CDS-PP também rejeitam o encerramento por o recurso ao Garcia de Orta não significar a mesma eficácia de socorro, sobretudo no Verão quando milhares de turistas já sobrecarregam os serviços de saúde.