A feira semanal de Espinho, que antecede o Natal, foi, durante décadas, sinónimo de negócio farto, com a clientela a acotovelar-se entre estreitos corredores de acesso às bancas. Mas já não é assim.
Corpo do artigo
"É mais uma feira como as outras, já não há feiras boas. Nem no Natal. A clientela trocou as meias da feira pela lingerie nos centros comerciais e as peças de ourives pelos telemóveis", garante quem vende há anos na que é ainda considerada a feira semanal mais importante do país.
Ainda antes de entrar no recinto de venda, os sinais não são animadores para o negócio. Pela manhã, as tradicionais filas de carros nos acessos à cidade dão lugar a trânsito fluido, sem problemas, e o estacionamento faz-se com facilidade.
Mesmo assim, ainda há clientes a circular pelo recinto de venda, muitos deles a regatear os preços. "O negócio está mau. Isto agora já não há feiras boas", garante Nuno França, ourives de Gondomar.
Adianta que, na época natalícia, "as pessoas já não procuram ouro, procuram é os telemóveis e acessórios de informática", afirma o comerciante, que tem no verão e na chegada de emigrantes a melhor época de venda.
Opinião partilhada por Joaquim Menezes, vendedor de frutas. "As pessoas têm dinheiro, mas não é para frutas. É para roupas, telemóveis e outras coisas nas grandes superfícies", garante.
Apesar dos queixumes, afirma que se vai vendendo "um pouco de tudo". "Nas feiras, até ao Natal, ainda se vai vendendo, mas depois é muito fraco", afirmou, ao JN.
Negócio do bacalhau igual
As bancas da venda do bacalhau eram das mais requisitadas pela clientela. Mesmo assim, há queixumes. "O negócio, em relação ao ano passado, está igual, não melhorou nada. Mas, nesta altura, as pessoas guardam dinheiro para comprar. Se for preciso vão buscar às poupanças", adiantou o casal de comerciantes Inês Carvalho e Manuel Loureiro.
Já a clientela mostra-se agradada com o que encontra no mercado ao ar livre. "Venho à feira todas as semanas, porque tem preços acessíveis. Venho pela variedade dos produtos e preços acessíveis, diz Helibrando Menezes
2016/12/feira_espinho_20161219165315