A Fisipe - Fibras Sintéticas de Portugal, S.A., situada no Lavradio, no Barreiro, vai inaugurar, no dia 10, uma uma unidade destinada à produção de fibra de carbono, muito mais leve e resistente do que o aço. É mais um passo para se afirmar no mercado mundial.<br />
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"Acredito que este é o caminho. A saída para a Fisipe", adianta ao JN João Manuel Dotti, administrador da empresa, argumentando que "o futuro está na fibra de carbono" e que, num mercado competitivo, não apostar na inovação e na tecnologia é perder terreno para a concorrência.
Há muito que a Fisipe apostou nas fibras especiais para conquistar novos mercados. Depois das fibras tintas (com a coloração escolhida pelos clientes), das fibras a imitar peles de animais, ou impermeáveis à água, a empresa aposta agora no desenvolvimento de um precursor para a produção de fibra de carbono.
É quase um "fato à medida" para o cliente, uma vez que o resultado final será aquele que o cliente desejar", explica João Dotti, acrescentando que o investimento rondou os cinco milhões de euros e que a Fisipe já exporta 99% da sua produção e que, desde 2005, já foram contratados mais 76 funcionários. A empresa dá emprego a 330 pessoas.
Os Estados Unidos da América são o principal cliente da Fisipe, mas a empresa vende para países tão diversos como o México, Marrocos, Paquistão, China ou Índia. Com a fibra de carbono espera, não só reforçar a sua posição enquanto grande produtor europeu, como chegar a novos mercados, entrando em países que estão em grande desenvolvimento como é o caso do Brasil. Em Portugal, espera sobretudo ter retorno financeiro na área da energia eólica e na indústria aeronáutica.
A fibra de carbono será cada vez mais aplicada na indústria. Para a Fisipe é uma manobra de antecipação. "Pás de geradores eólicos, plataformas de petróleo, construção civil e para componentes da indústria automóvel, retirando peso aos automóveis e reduzindo consumos", esclarece.
A Aksa, na Turquia, a Montefibra, em Itália, e a Dralon, na Alemanha, são as grandes concorrentes da empresa de fibras portuguesa, criada em 1973, no seio do grupo da CUF para fornecer fibra à indústria têxtil portuguesa.
A Fisipe passou por períodos muito conturbados, tanto políticos, como económicos. Esteve praticamente falida, mas tem vindo a crescer desde 2005.