O incêndio florestal que, segunda-feira à tarde, lavrou nas imediações da vila de Carrazeda de Ansiães obrigou à retirada da comunidade cigana, com cerca de 60 pessoas, do acampamento a que chamam Bairro do Iraque, onde arderam algumas barracas e carrinhas, e morreram alguns animais domésticos, como porcos e patos.
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Aquela comunidade passou a noite no pavilhão gimnodesportivo ou nas próprias carrinhas, mas esta terça-feira de manhã já regressou ao acampamento. António dos Santos, um dos moradores, verificou que não sobrou mais nada do que a roupa que traz no corpo.
É com tristeza no rosto que conta, ao JN, que estava na vila quando se apercebeu do incêndio: "Viemos a correr, a ver se acudíamos a alguma coisa, mas a GNR já não nos deixou passar e acabou por nos arder tudo". Celeste dos Santos lamenta ter ficado "sem nadinha desta vida" e de ter visto arder também a barraca onde viviam o filho, a nora e os sete netos.
O presidente da Câmara de Carrazeda, José Luís Correia, esteve esta manhã no acampamento cigano e concluiu que foi acertada a decisão de mandar evacuar o local antes que pudesse ocorrer uma tragédia. "Acabou por acontecer aquilo que eu temia. Passada uma hora, o fogo atingiu algumas barracas e só não foram todas porque os meios de combate conseguiram atuar e minimizar os estragos", adiantou.
O autarca de Carrazeda acrescentou que vai ser "analisada a situação, caso a caso, e ver, no âmbito do regulamento de apoio aos mais desfavorecidos, se é possível contribuir para melhorar as condições" dos moradores atingidos pelas chamas no Bairro do Iraque.