A frente de fogo que lavra em Monchique pelo lado da Fóia ameaçou as antenas de comunicações instaladas no local.
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Um esforço conjunto de meios e operacionais dos bombeiros e da Força Especial de Bombeiros, conhecidos como "canarinhos", foi fundamental para controlar o fogo junto às antenas de comunicações instaladas na Fóia.
As chamas, empurradas pelo vento forte, "lamberam" o gradeamento em volta das torres de comunicações no local. Os meios estavam posicionados perto, por prevenção, e atuaram depressa e em força, tendo impedido as chamas de destruir as antenas.
Por volta da uma da manhã, as chamas estavam controladas naquela zona, mas continuavam a lavrar noutros pontos da serra da Fóia, que a segundo comandante nacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC),Patrícia Gaspar, considerou como um dos pontos mais complicados do fogo que lavra em Monchique desde sexta-feira.
"Existem duas frentes de incêndio onde existem mais pontos quentes e onde vamos entrar de forma mais robusta, sendo no lado virado no [concelho] de Silves e no lado virado para a zona da Foia", disse aos jornalistas, no encontro com a comunicação social, na escola secundária de Monchique, às 20 horas.
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O trânsito na Estrada Nacional (EN) 266 em vários locais, junto a Monchique, e a EN 267, que liga Portimão àquela cidade, onde lavra um incêndio há cinco dias, foi cortado, disse à Lusa fonte da GNR.
Segundo fonte do comando-geral da GNR, o trânsito foi cortado em vários locais da EN266, nomeadamente na Nave Redonda, na Fóia e em Monchique e na EN267, na zona de Monchique, devido ao incêndio que lavra desde a passada sexta-feira.
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O incêndio rural que lavra desde sexta-feira em Monchique afeta igualmente os concelhos de Silves e de Portimão, também no distrito de Faro, tendo destruído casas e muitas viaturas. Há 29 feridos ligeiros e um ferido grave, com prognóstico favorável.
Segundo o Sistema de Emergência da União Europeia, nestes cinco dias arderam já cerca de 17 mil hectares.
O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, anunciou hoje que o combate a este incêndio passou a ter um nível de coordenação nacional, na dependência direta do comandante nacional da Proteção Civil.
Até ao final da manhã de hoje, as operações em Monchique estavam a cargo do comandante operacional distrital de Faro, Vítor Vaz Pinto, que inclusive fazia os dois 'briefings' diários com a comunicação social.
A Proteção Civil assegurou, ao final do dia de hoje, que a passagem do comando das operações relativamente ao incêndio de Monchique para um nível nacional é "normal" e está prevista no sistema, rejeitando qualquer ideia de "rotura".
Em conferência de imprensa na escola básica do 2.º e 3. ciclo de Monchique, no distrito de Faro, a segunda comandante operacional nacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), Patrícia Gaspar, justificou a alteração com o facto de o incêndio ter uma "complexidade" que está a "estender-se no tempo e no espaço".
Por outro lado, indicou que o sistema de operações "prevê que a partir do nível 5" haja um "comando nacional".
Questionada sobre o número de habitações atingidas pelo incêndio, Patrícia Gaspar revelou que até ao momento "ainda não é possível" quantificar.
Por outro lado, a responsável da Proteção Civil revelou que a Segurança Social está a operacionalizar o apoio a cerca de 250 pessoas que foram retiradas das suas casas, concentradas em quatro locais distintos.