Um incêndio com origem em cinco pontos distintos que deflagrou, ontem à tarde, na mata do Furadouro, em Ovar, deixou moradores a temer o pior e a reclamar por limpeza da muita rama seca existente no solo. O fogo, porém, foi rapidamente debelado.
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Fernanda Amador, moradora na Rua Manuel Ramada, não conseguia controlar as lágrimas. “Se isto cresce, lá vão as nossas casinhas”, dizia, olhando a nuvem de fumo que se elevava da mata. “Isto foi fogo posto de certeza. Se fosse à beirinha da rua, ainda podíamos pensar nalguma beata que alguém tivesse atirado, mas ter começado lá no meio da mata e em sítios diferentes, não deixa dúvida”, disse.
O incêndio, encravado entre a referida Ruade Manuel Ramada e a Rua do Monsenhor Fonseca Soares, uma das vias de acesso ao centro do Furadouro e onde ontem havia grande movimento automóvel, como é habitual aos domingos, foi detectado cerca das 16.45 horas.
Poucos minutos depois os Bombeiros Voluntários de Ovar chegaram ao local com seis viaturas e 22 elementos. Ao fim de cerca de três quartos de hora o fogo entrava em fase de rescaldo.
Segundo o adjunto de comando José Paulo Marques, o fogo foi atacado nas suas cinco frentes, sendo que três delas se uniram, mas não numa extensão muito grande.
“Embora tenha tido alguma expressão, o fogo nunca chegou a ameaçar habitações. Arderam sobretudo austrálias e acácias”, fez notar José Paulo Marques, sem ainda saber dizer qual a área ardida.
O adjunto de comando dos Bombeiros de Ovar salientou, porém, que, embora a mata do Furadouro não tenha incêndios frequentes, a isso se propicia dado o muito mato seco e rama existente.
A falta de limpeza do terreno foi, aliás, um dos motivos de discussão de moradores, havendo mesmo quem acusasse a Câmara de Ovar de ter mão leve no que toca a obrigar o proprietário a manter o espaço limpo.
No local esteve também a PSP de Ovar, bem como técnicos da Câmara.