A história de Susana Faria, funcionária da Caixa de Crédito Agrícola, que alega ter sido despedida por ter anunciado uma candidatura aos órgãos sociais da instituição, sediada em Felgueiras, foi capa da edição desta sexta-feira, do Semanário de Felgueiras, jornal no qual é diretora e gerente.
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A ligação nunca é referida ao longo do artigo, que ocupa cerca de página e meia do jornal e não está assinado por nenhum jornalista.
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Contactada pelo JN, Susana Faria esclarece que este jornal local, com 32 anos de existência, "não podia deixar de noticiar" este tema "de relevância local" e que até já foi notícia em vários órgãos de comunicação social nos últimos dias, incluindo o "Jornal de Notícias".
"O facto de ser diretora do jornal, cargo que exerço há muitos anos, não podia condicionar o tratamento jornalístico deste caso". Defendendo que na peça jornalística foi respeitado o príncipio do contraditório e ouvido o Conselho de Administração do Crédito Agrícola. O artigo não está assinado, tal como nenhuma peça daquele semanário está, justifica ainda.
Susana Faria, economista e analista de crédito da Caixa de Crédito Agrícola de Terras do Sousa, Ave, Basto e Tâmega há 13 anos, tentou avançar com uma candidatura às eleições da instituição e apresentou mesmo uma providência cautelar a invocar ilegalidades e a pedir a repetição do ato eleitoral. Afirma que acabou alvo de um processo disciplinar e foi despedida já em fevereiro deste ano.
Esta Caixa Agrícola nega que haja relação. Diz que a economista está a tentar "denegrir" a instituição, tendo sido demitida "por justa causa" e "violação dos deveres laborais e não por uma "pretensa candidatura", até porque o processo que deu origem a procedimento disciplinar "iniciou-se meses antes da abertura do processo eleitoral" e antes de ser conhecida a intenção de Susana Faria.