Para contrariar um "certo declínio" que se vem verificando em Santiago de Bougado desde a agregação, em 2013, com a antiga freguesia de S. Martinho de Bougado, na Trofa - foi criada a freguesia de Bougado no âmbito da reforma administrativa de então -, um grupo de 11 cidadãos deu corpo ao Movimento por Santiago de Bougado para exigir a "restauração da autonomia político-administrativa".
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O primeiro passo para dar a conhecer os objetivos dos bougadenses foi dado na terça-feira, com a apresentação, em conferência de Imprensa, de um manifesto subscrito por todos os elementos do grupo que quer reverter a união que "ninguém quis, ninguém pediu e ninguém aceita". A estes juntaram-se três ex-autarcas de Santiago de Bougado que, embora não integrando o movimento, quiseram assinar o documento: António Azevedo (PSD e atual vice-presidente da Câmara), Manuel Ramalho (PSD), e José Gonçalves Moreira (CDS). Entre outros signatários estão António Pontes, antigo vice-presidente da Câmara do PSD, José Gregório Torres, antigo autarca de Bougado do PS, e Assis Serra Neves, ex-vereador do PS.
Manuel Silva, outro ex-vereador socialista, sublinha que se trata de "um movimento apartidário", composto por "pessoas de diferentes quadrantes", o que "dá a este manifesto uma força democrática que, de outra forma, eventualmente não teria".
"Nunca aceitamos a agregação, e os órgãos autárquicos deliberaram sempre contra", recorda o antigo autarca e professor de História. Entre os fundamentos expostos no manifesto está a constatação do "declínio de uma freguesia que, historicamente, foi a mais importante da região, do ponto de vista demográfico e económico", aponta Manuel Silva, lembrando que, atualmente, "Bougado não está a ser atrativo, e as pessoas começam a partir".
"Hoje, Santiago de Bougado não tem as mesmas armas que tinha no passado, através da assembleia e junta de freguesia, para sensibilizar e pressionar o poder político central e local", argumenta o signatário do manifesto, sublinhando que "o grosso dos investimentos vão, naturalmente, para S. Martinho", que é uma zona "essencialmente de serviços", ao contrário de Santiago, que é "agrícola e industrial". "A agregação impede que os agricultores se candidatem a fundos comunitários", lamenta.
O segundo passo do movimento será "a conquista de Lisboa", adianta Manuel Silva, indicando que o manifesto será entregue aos órgãos competentes, para que seja "repensada a divisão administrativa das freguesias, conforme a promessa do Governo".