Frente a frente autárquico em Caminha: nova zona industrial é prioridade de PS e PSD
Atual autarca acusa opositora de só criticar, mas Liliana Silva apelida-o de "caixa de ressonância do Governo".
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Coincidem na criação de uma nova zona empresarial como forma de fomentar o emprego e fixar população como prioridade para Caminha. No resto divergem. Miguel Alves, atual autarca do PS em fim de segundo mandato, e Liliana Silva, vereadora do PSD, agora em coligação com o CDS-PP, são os candidatos dos principais partidos à Câmara. Nas últimas eleições, o PS venceu com 53,15%. O PSD teve 39,14%.
Nas próximas autárquicas estão na corrida também o BE com candidatura encabeçada por Luís Braga, ex-militante socialista (desvinculou-se do partido em 2005), e antigo chefe de gabinete do governador civil de Viana do Castelo (1997/2002 ). A CDU candidata Rui Seixo, atleta de remo, com vários títulos nacionais conquistados, e profissional de saúde (licenciado em Análises e Saúde Pública). E pelo Chega, Carlos Gomes Pinto, piloto na reforma, natural de Moçambique a residir em Cascais.
O atual autarca avança com propostas alicerçadas "no trabalho desenvolvido ao longo de oito anos". E com três prioridades: Diversificação da economia e do emprego, atração de novos residentes e fixação da população jovem, e sustentabilidade e meio ambiente.
"Temos vindo a recuperar o emprego no concelho. Desde que chegámos à Câmara, em 2013, o número de desempregados diminuiu 67,1%, mas agora é preciso diversificar, porque o emprego está sustentado sobretudo no turismo e nos serviços", defende, argumentando: "Se criarmos mais emprego certamente que precisaremos de mais pessoas do que as que aqui moram e as gerações mais novas terão mais condições para se fixar".
E acrescenta ser prioritário também "investir no ciclo urbano da água, nas redes de saneamento, na adaptação às alterações climáticas e na defesa da biodiversidade, desde os rios ao mar, passando pela serra d'Arga".
A entrada em atividade da empresa Águas do Alto Minho, em 2020, com a Águas de Portugal e sete municípios acionistas, entre eles Caminha, é um dos pontos de divergência entre os dois candidatos. Liliana Silva defende a sua "reversão" para o modelo antigo de gestão municipal. "Esta empresa foi criada para dar mais cargos a alguns, todo o seu peso está a cair em cima dos munícipes e não serve a Caminha", afirma.
As propostas eleitorais da social-democrata são assentes num "plano estratégico que identifica problemas existentes no concelho de Caminha e cria soluções". Destaca como prioridades um plano de habitação social que prevê requalificação de bairros, com base no programa nacional "1.º Direito", a criação de emprego por via de uma nova zona industrial e a construção de uma travessia sobre o rio Minho. "O ferry não resolve o problema da fronteira. Vamos lutar por uma ponte que nos ligue [à Galiza] de forma efetiva", diz.
Redução da dívida a fornecedores, instituir o IMI "familiar e diferenciado", "dar vida ao Centro Histórico", limpeza de espaços públicos e "mais atenção" às freguesias são outras prioridades. Liliana Silva acusa o atual autarca de ser "uma caixa de ressonância do Governo". Já Miguel Alves diz lamentar uma desistência da Oposição no concelho: "Não temos tido a sua presença nas propostas, apenas na crítica e no permanente "bota-abaixo" a este Executivo".