O insólito acontece. Que o diga Cecília Carvalho, há década e meia funcionária da Câmara Municipal de Paredes de Coura.
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Em Setembro de 2005, foi vítima de grave acidente de viação, que a levou a estar de baixa até ao passado dia 3 de Novembro. Desde então que aguarda por autorização para regressar ao posto de trabalho, autorização que se encontra dependente de avaliação, a realizar por uma junta médica, que tarda em chamá-la, garante.
Segundo a técnica do Museu Regional de Paredes de Coura, após consulta com o médico que a acompanha, realizada em finais de Outubro, o clínico comunica-lhe o que há muito ansiava ouvir: que poderia regressar ao trabalho a 3 de Novembro, isto apesar de ter, então, uma incapacidade temporária da ordem dos 40% (valor que viria a ser reduzido para 20%, um mês depois). "Mal obtive o relatório do médico, enviei-o para a Caixa Geral de Aposentações (CGA). Porém, continuo a aguardar por resposta, revelando-se infrutíferos todos os contactos que tentei depois disso", assegura a funcionária.
Para Cecília Carvalho, "o mais caricato" do dilema por que passa estava, ainda, por suceder. Após o envio do relatório, a Câmara courense acusou a recepção de missiva da CGA, dando conta que um alegado pedido de aposentação da funcionária havia sido remetido para a Junta Médica do Porto. "Eu não pedi a reforma. Muito pelo contrário. Pedi apenas para regressar ao meu posto de trabalho, o que me está a ser dificultado por toda esta burocracia", lamenta.
Sobre a questão, fonte do Ministério das Finanças alude a "confusão" por parte da funcionária, dando conta que a Câmara courense "solicitou a sua aposentação à CGA", encontrando-se o respectivo processo, de aposentação por incapacidade, "a correr os seus termos, não se encontrando, ainda, concluído". Porém, ao que o JN conseguiu apurar junto do Executivo courense, a resposta dos serviços da tutela "não corresponderá à verdade", uma vez que a Autarquia courense "não solicitou a aposentação da trabalhadora".