Os trabalhadores da cadeia de supermercados Alisuper reúnem-se hoje, em Silves, com o sindicato e com a administração do grupo para definir formas de luta pela manutenção dos cerca de 500 postos de trabalho.
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A reunião geral foi convocada pela comissão de trabalhadores depois do plano de recuperação da Cooperativa de Produtos Alimentares (Alicoop) - que detém as empresas Alisuper, Macral e Geneco - não ter sido aprovado devido à ausência da Caixa Geral de Depósitos (CGD), do BPN e do BPI na assembleia de credores realizada quarta-feira, em Lisboa.
"Não faz sentido fechar um grupo que todos os estudos apontam como viável, só porque a CGD está intransigente em financiar o plano de recuperação e em ceder as garantias que tem sobre imóveis do grupo durante o período de dois anos de financiamento intercalar", disse ontem à Lusa José Carlos Parreiro, da comissão de trabalhadores.
O plano, apresentado em Junho pela consultora Deloitte, prevê a viabilização do grupo através da injecção de 5,5 milhões de euros, financiados pela banca credora.
O maior credor, o BCP, aprovou o plano, mas a CGD fez ontem saber, por fonte oficial contactada pela Lusa, que não pretende aumentar o nível de envolvimento financeiro com o grupo, com a justificação de que o nível de apoio do banco ao grupo foi levado "até ao limite" em 2008 e 2009.
O financiamento intercalar destina-se a reforço de tesouraria e à reconversão das 87 lojas do grupo numa insígnia internacional até Agosto. "Estamos dispostos a ir para a rua", observou José Carlos Parreiro, para quem o Governo será, neste momento, a única plataforma de salvação dos postos de trabalho.