<p>A primeira fundação exclusivamente dedicada à água entrou esta terça-feira em actividade, no Luso, no mesmo dia em que foi anunciado para Março o arranque de obras de dois milhões de euros na estância termal.</p>
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A Fundação Luso, criada pela Sociedade das Águas de Luso em parceria com várias entidades, tem por objectivo a preservação do património hídrico e natural daquela vila e o desenvolvimento sustentável da região. É vista pelas entidades locais como uma "esperança muito grande" para ajudar a retirar a estância termal do marasmo em que tem vindo a afundar-se nos últimos anos, em resultado da fraca procura das velhas termas tradicionais.
Para demonstrar aos mais cépticos que a Fundação nasce para apoiar, de facto, a vila do Luso, foi lançado um prémio de empreendedorismo, que consagra projectos, já concretizados, potenciadores do desenvolvimento económico daquela região, sendo atribuído um montante até dez mil euros.
Por outro lado, a Fundação prometeu abrir as suas portas a visitas de estudo de alunos de escolas da Mealhada, para "sensibilizar as crianças para a importância da água, sobretudo a sua importância para o próprio Luso", conforme assegurou Alberto da Ponte, presidente da Fundação e da Sociedade das Águas de Luso.
Com um conselho consultivo do qual fazem parte personalidades ligadas ao estudo da obesidade, cardiologia e nutrição, a Fundação Luso centrará a sua actuação em três áreas: saúde, ambiente e comunidade.
O projecto de revitalização das termas, ontem apresentado na Câmara Municipal da Mealhada, inclui um investimento até dois milhões de euros, prevendo-se que as obras arranquem em Março e estejam concluídas em Outubro. "Vamos cumprir os prazos e estamos certos de que esse projecto vai revolucionar a região, dando-lhe mais força e vida", afirmou Alberto da Ponte. Num consórcio com a Malo Clinic, que ficará com a gestão do espaço e irá deter 51% do capital social, as termas passarão a dispor do termalismo tradicional, fisioterapia, um medical center e um SPA.
"Vai captar novos investimentos, criar muitos postos de trabalho, gerar riqueza, fixar pessoas. A Fundação e a reabilitação das termas são um passo de gigante para salvar o Luso", afirmou, ontem, ao JN, José Pires, presidente da Associação de Industriais de Hotelaria e Restauração do Centro, que aplaudiu também a inauguração ao público, ontem, de um núcleo museológico sobre a Sociedade Água do Luso, instalado no Casino, entretanto reabilitado após obras de 300 mil euros.