O presidente da Câmara de Mangualde (PS), João Azevedo, defendeu, este sábado, que o novo Governo tem de decidir urgentemente qual o modelo a adotar para a ferrovia, sob pena de comprometer a competitividade do tecido empresarial da região.
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"Lamento que essa decisão ainda não tenha sido tomada. O [novo] Governo tem de tomar uma decisão urgente sobre a ferrovia e recuperar o tempo perdido, para que o tecido empresarial da região possa ser competitivo", alegou.
Em declarações à Lusa, João Azevedo sublinhou que foram apresentadas várias soluções nesta matéria, sem que, no entanto, tenha sido apresentada uma solução para colocar no terreno pelo anterior Governo da coligação PSD/CDS-PP.
"Já passou muito tempo, estamos com dois anos de exercício do Quadro Comunitário e continua a não haver solução para a ferrovia. E a ferrovia é um projeto comparticipado, ao contrário dos eixos rodoviários, devendo ser aproveitado esse cofinanciamento para essa grande infraestrutura", destacou.
De acordo com o autarca socialista, "uns municípios defendem mais um eixo, enquanto que outros defendem mais outro", no entanto, recorda que "o mais importante é perceber qual o investimento que vai dar mais competitividade ao território".
"Nesta zona de Mangualde temos, não só no setor automóvel como em outras áreas, empresas com necessidade de usar a linha férrea, desde que ela seja competitiva. Por isso, o Governo tem de decidir rapidamente", sustentou.
No seu entender, "se se está a fazer um investimento na reabilitação da Linha Beira Alta e se há um eixo que hoje está a ser usado e pode ser transformado, é urgente ter essa resposta e colocar a obra em curso".
"Com este Governo, é preciso que se decida rapidamente, para que este objetivo seja uma realidade e não passe de mais promessas e discussões apresentadas, em que nada é decidido", evidenciou.
Sobre a rodovia, João Azevedo lamentou ainda que tenham sido anunciados projetos que não chegaram a ser realizados, solicitando ao atual Governo que informe "como vão concretizar todo o espaço rodoviário em volta da região".
Durante a semana, o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques (PSD), exortou o novo Governo a honrar os compromissos que foram assumidos pelo executivo anterior relativamente à Via dos Duques, à ferrovia e à ligação ao Sátão.
Relativamente à ferrovia, o autarca frisou que "quase todos os municípios do centro e norte de Portugal têm manifestado o apoio a esta solução que conduziria a um troço novo entre Cacia/Viseu/Mangualde e à reabilitação depois da Linha da Beira Alta de Mangualde para cima".
Se no executivo camarário há "uma grande sintonia" em relação ao modelo defendido, o mesmo já não se passa no seio da Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões.
"Na questão da ferrovia há claramente duas visões diferentes", contou Almeida Henriques, explicando que, pelo menos os municípios de Nelas, Carregal do Sal, Santa Comba Dão e Mortágua "têm manifestado a sua preferência por uma solução de melhoria da Linha da Beira Alta".
No que respeita à Via dos Duques, Almeida Henriques referiu que "o formato que está neste momento apresentado é alvo do consenso alargado: não só manter o IP (Itinerário Principal) 3 sem portagens, com o figurino que hoje tem entre Viseu e Coimbra para quem não quiser usar a autoestrada, e a construção do IC37 entre Viseu e o IC12 (Nelas), com a sua integração na Via dos Duques, em perfil de autoestrada".
Desta forma, seria possível iniciar rapidamente "a fase seguinte de concurso público para conceção, construção e exploração da nova Via dos Duques, o que permitirá a Viseu passar a estar servido de uma autoestrada que lhe vai poupar meia hora de caminho em relação a Lisboa"