Foram resgatados sem ferimentos os cinco canoístas que ficaram encurralados no rio Paivô, em Arouca, ao cair da noite deste sábado, numa operação de risco pela escarpa, que terminou já na madrugada deste domingo.
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"Correu tudo bem, mas foi um resgate de muito risco, extremamente difícil. As fragas estavam escorregadias e estavam numa zona de escarpas de mais de cem metros de altura e com cerca de 95% de inclinação", explica Floriano Amaral, comandante dos bombeiros de Arouca, corporação que efetuou a operação. O grupo de canoístas, constituído por cinco rapazes de vinte e poucos anos, foi retirado com recurso a cordas, por patamares, na zona fronteiriça entre Covelo de Paivó e Regoufe.
"Eles estavam um pouco em pânico e em hipotermia. Aquilo é um sítio com vento e muito frio e eles estavam molhados, mas tentaram-se aconchegar uns nos outros e conseguiram fazer uma fogueira", conta.
Foram os jovens, que pelas 19 horas de sábado pediram socorro por telemóvel, quando ao descer o Paivô, afluente do Rio Paiva, se viram a braços com a chuva e o cair da noite, que os imobilizou na escuridão perante uma queda de água, segundo Floriano Amaral. "O rio está com muito caudal e naquela zona há uma garganta de água com sete metros de altura. Como já era de noite temeram avançar, seria perigoso. Como estavam de kayak também não conseguiram ir para trás", diz o comandante. Foi, então, que em desespero alertaram as autoridades e encostaram-se na margem.
Só por volta das 22 horas é que o grupo foi localizado através de sinais sonoros e voz, depois da primeira equipa de resgate e salvamento em grande ângulo dos Bombeiros de Arouca ter batido o alto da encosta a pé, ao longo de 2,5 quilómetros. A operação só terminou pelas 2 horas da madrugada e teve no local quinze homens.
Os rapazes, oriundos da freguesia de Alvarenga, e experiência nas águas bravas do Paiva, desciam o rio desde Drave, mas ter-se-ão feito ao Paivô já tarde, segundo o comandante.