Guimabus tem avaliação global positiva mas há queixas dos estudantes
Passes jovens gratuitos só dão para o trajeto casa-escola, ao contrário do que acontece em outros municípios
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A concessão de transporte público rodoviário de Guimarães começou a operar há dois anos, e a apreciação dos passageiros é globalmente positiva, com o reconhecimento de que há mais oferta e que a cobertura é maior. As críticas surgem porém dos locais onde os autocarros da Guimabus ainda não chegam, como a vila de Ronfe, e dos estudantes que, apesar do anúncio pelo Governo dos passes grátis, continuam a só viajar sem pagar no trajeto entre o domicílio e a escola.
Matilde e Rita (nomes fictícios) esperam, na paragem da Avenida D. Afonso Henriques, pelo autocarro da Guimabus que as levará a casa, depois das aulas. O passe que têm só lhes permite viajar nos dois sentidos desse trajeto. “Se quiser ir a casa dela”, lamenta Rita, apontando para a amiga, “este passe já não serve”. “Tenho um primo em Braga que com o passe Sub 18 se movimenta por todo o lado”, aponta Matilde. Esta é mesmo a reclamação mais ouvida nas paragens da rede da Guimabus. Ricardo Araújo, o líder da oposição PSD/CDS na Câmara de Guimarães, afirma que “não se está a cumprir o espírito da Portaria n.º7 A/2024, em que o Governo prevê assegurar a gratuitidade dos passes para utilização do transporte público dos jovens até 19 anos e jovens estudantes até 23 anos”. A própria Guimabus reconhece que este é o fator que motiva o maior número de reclamações. “Da nossa parte queremos implementar essa gratuitidade para os jovens em toda a rede, foi essa a leitura que fizemos da legislação, mas a questão ultrapassa-nos”, afirma Fernando Salgado, o diretor executivo da Vale do Ave Transportes, concessionária que detém a Guimabus.