O vereador do PSD e candidato à presidência da Câmara de Guimarães, Ricardo Araújo, afirmou, na reunião do Executivo desta terça-feira, que a mudança do nome da associação que gere o centro de ciência “não resolve nada, porque o espaço não tem qualidade”.
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O vereador citou várias partes do relatório que determinou a exclusão do centro vimaranense da Rede Nacional de Centros de Ciência Viva que apontam para problemas infraestruturais, exposições obsoletas e até insegurança para os visitantes. A vice-presidente da Câmara, Adelina Paula Pinto, assegurou que a toda a atividade se mantém, mesmo com a saída da rede. Atualmente, o Curtir Ciência (como agora se chama) não tem exposições abertas aos visitantes, funcionando apenas com grupos programados, nomeadamente de escolas.
A recente alteração dos estatutos da Curtir Ciência - Associação do Centro de Ciência Viva Guimarães que passou a designar-se Associação Curtir Ciência e deixou de ter como sócia a Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica (Ciência Viva - ANCCT,) para o PSD de Guimarães é o “assumir que o centro não voltará a rede, pelo menos a curto prazo”. O vereador social-democrata, Ricardo Araújo, considera a exclusão de Guimarães “uma humilhação” e afirma que “mudar o nome só para aquilo continuar a funcionar não resolve, porque o espaço não tem qualidade”. O candidato à Câmara de Guimarães citou várias partes do relatório da Comissão de Acompanhamento Permanente que ditou o afastamento do centro.
No documento lê-se que o edifício está em “degradação infraestrutural”, concluiu-se que os conteúdos sofrem de um “elevado grau de desatualização” e é mencionado o “caráter obsoleto dos módulos expositivos e as graves falhas de funcionamento [...], “criando em determinadas situações, problemas para a segurança dos visitantes”. A vice-presidente da Câmara, Adelina Paula Pinto, afirmou que “o contraditório ao relatório foi ignorado”. A autarca garante que toda a atividade que existia quando o centro estava integrado na Rede Nacional se mantém, embora o centro não tenha exposições abertas ao público e só receba grupos programados, nomeadamente de escolas.
“Só contribuem para o Porto e Lisboa”
Adelina Paula Pinto diz que as limitações da Fábrica Âncora eram conhecidas desde o início e que a Ciência Viva - ANCCT estava a par delas. A Câmara Municipal adquiriu um terreno contíguo ao atual espaço e uma futura reintegração na Rede Nacional deverá depender da construção de novas instalações nesse local. O presidente da Câmara, Domingos Bragança, todavia, deixou no ar uma crítica à Ciência Viva - ANCCT: “Era uma associação a três - Municipio, Universidade do Minho e Agência Nacional - porque é que eles não fizeram contributos para melhorar enquanto faziam parte? Porque é que só contribuem para o Porto e Lisboa?”.