Número de casos diminuiu na Invicta e subiu na maioria dos municípios da área metropolitana. Pressão imobiliária e imigração são causas apontadas.
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Em contraciclo com a redução de sem-abrigo no Porto, que se verifica desde 2021, os concelhos vizinhos tiveram, em 2023, um aumento de pessoas nesta condição, com Matosinhos a registar a maior subida e a ter mais 74 casos do que em 2022, seguido de Vila do Conde, que teve mais 40 sem-abrigo, da Póvoa de Varzim e de Vila Nova de Gaia, segundo dados do relatório da Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas em Situação de Sem-Abrigo. O Porto teve menos 50 casos.
O sociólogo João Teixeira Lopes avança "duas hipóteses" para tentar explicar o fenómeno: se, por um lado, "a pressão sobre a habitação é, hoje, também muito forte nos concelhos limítrofes - aliás, o Porto já deixou de ser hipótese para muita gente", por outro, "o segmento de imigração em que há desproteção e precariedade laboral" também poderá contribuir para a subida dos números, já que, atualmente, "as vagas migratórias estão a concentrar-se muito mais na área metropolitana".