Presidente da Comunidade Islâmica de Lisboa adiantou que há 138 casos positivos entre os hóspedes do hostel. Diretora-geral da Saúde confirmou, pelo menos, 100 casos. Hóspedes são todos homens e aguardam pedido de asilo às autoridades portuguesas.
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Há pelo menos 138 casos positivos e 35 negativos provenientes do hostel de Lisboa que foi evacuado no domingo. A informação foi revelada por Abdool Magid Vakil numa nota enviada à agência Lusa.
O presidente da Comunidade Islâmica de Lisboa revelou ainda que já se encontravam na Mesquita 11 pessoas em isolamento, além das 170 que agora entraram.
Já esta segunda-feira, na conferência de imprensa de atualização dos dados da pandemia de Covid-19, a diretora-geral da Saúde adiantou que, em 116 residentes, 100 deram positivo na "primeira bateria de testes".
Os migrantes infetados foram transportados para a Pousada da Juventude de Lisboa e também para a Mesquita Central de Lisboa, onde vão cumprir isolamento. Já os hóspedes que não estiverem infetados vão regressar ao hostel, que foi desinfetado este domingo.
Segundo Graça Freitas, "ficou bem patente que muitas pessoas na mesma unidade residencial, em condições que talvez não sejam ideais, geram estas circunstâncias", disse.
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Defendeu ainda que depois das ações de desinfeção e descontaminação no local, tem que ser bem ponderado como é que vão ser realocadas estas pessoas: "Há aqui um trabalho prospetivo que tem que ser feito para evitar situações futuras sobretudo naquela população que não ficou infetada e não estando infetada é suscetível à doença", sustentou.
O JN tentou entrar em contacto com o vereador da Proteção Civil da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Castro, mas, até ao momento, sem sucesso.
Entretanto, a presidente da Junta de Freguesia de Arroios, em Lisboa, exigiu esta segunda-feira que a ASAE fiscalize o hostel evacuado, uma vez que albergava perto de 200 pessoas em 40 quartos.
"Devíamos exigir que a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) verifique esta situação. É impossível numa pensão onde há 40 quartos estarem 200 pessoas. Deveria ser obrigação do Estado não deixar as coisas chegarem a este ponto", disse em declarações à agência Lusa.
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O hostel localizado na rua Morais Soares, na freguesia de Arroios, em Lisboa, tinha sido na manhã de domingo evacuado devido a um caso positivo da Covid-19.
A operação de retirada das cerca de duas centenas de pessoas da unidade hoteleira envolveu diversas entidades do ramo de saúde e de apoio aos imigrantes e refugiados, como o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, o Alto Comissariado para as Migrações e o Conselho Português para os Refugiados.
Os hóspedes foram levados para a Mesquita de Lisboa, local de culto que se encontra encerrado, onde à chegada foram testados para a Covid-19 e onde ficaram a aguardar os resultados.